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O perito Ricardo Molina, professor da Unicamp, confirmou neste domingo que a maior parte das pessoas mortas pela polícia paulista, logo após a onda de ataques da facção criminosa, em maio, pode ter sido vítima de execução. Molina já analisou 124 laudos, de um primeiro lote total de 492 mortes registradas em nove dias de maio, em São Paulo. Segundo Molina, entre 60% e 70% dos laudos deixam indícios claros de execuções e 37% foram atingidos com tiros de cima para baixo, em ângulos agudos. A maior concentração de tiros foi no tórax das vítimas, ou seja, nas áreas mais letais.

- O que se pode provar é que se trataram de execuções. Mas não podemos chegar aos executores por causa de todo um conjunto de de dificultações para essa investigação - afirma Molina.

Os 124 casos analisados são os que foram apresentados como mais suspeitos pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH). Molina faz o trabalho voluntariamente, em seu laboratório particular, em Campinas. Até hoje, no entanto, o perito ainda não recebeu cópias da maior parte dos boletins de ocorrência dos casos. Um deles revela contradições: a vítima recebeu seis tiros no peito, mas o caso é relatado apenas como "morte suspeita", sem a constatação de "homicídio".

A Secretaria Estadual da Segurança Pública se recusa a entregar os documentos ao perito e ao CDDPH. A assessoria da Pasta alegou hoje que os boletins foram entregues às autoridades competentes, como o Ministério Público do Estado (MPE). A Secretaria afirmou ainda que só considera as avaliações oficiais.

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