Peritos vão analisar gelo seco de atração do Hopi Hari

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Técnicos do Instituto de Criminalística de Campinas realizam nesta terça-feira (2) perícia na atração conhecida como "Labirinto" do parque Hopi Hari, em Vinhedo, 79 km de São Paulo. Na sexta-feira passada (28), o estudante Arthur Wolf, de 15 anos, passou mal nos corredores do brinquedo, mas mesmo após ser socorrido morreu ao dar entrada em pronto-socorro de Jundiaí, a 60 km da Capital.

No "Labirinto", os visitantes percorrem a pé 130 metros de corredores equipados com jogos de luzes, gelo seco e atores fantasiados para dar sustos. Laudo preliminar do Instituto Médico-Legal diz que a causa da morte do estudante foi um edema pulmonar (acúmulo de líqüido nos pulmões).

De acordo com o delegado titular da Seccional de Campinas, Paulo Tucci, os peritos devem se ater à análise do gelo seco, usado para fazer fumaça. "Os peritos vão ver se o gelo seco tem algum elemento que possa ter provocado edema pulmonar (em Arthur)", explica do delegado.

Os técnicos também devem analisar se a máquina que expele a fumaça do gelo seco estava em conformidade com a quantidade fixada pelos órgãos de saúde, acrescenta Paulo Tucci. A assessoria de imprensa do parque Hopi Hari informou que a máquina de gelo seco é inspecionada regularmente e que seu funcionamento estava apoiado em um laudo do Corpo de Bombeiros. Entretanto, a empresa afirma que aguarda o resultado da perícia.

"Na verdade, o gelo seco não deveria ter causado este problema. Ainda é cedo para avaliar. Vamos ver as condições do brinquedo e ver o que ele teve. Se é que o brinquedo teve relação com a morte", disse o diretor do núcleo de perícias do Instituto de Criminalística de Campinas, Nelson Roberto Patrocínio da Silva. Não há tempo previsto para a perícia.

Para a mãe de Arthur, Marli Aparecida Satalo, que é técnica em química, gelo seco não provoca edema pulmonar. Ela ressaltou também que não está acusando ninguém pela morte do filho. "A gente só fará alguma coisa se houver resultado de que a morte foi causada por algo do parque. Não temos nada contra", disse Marli.

O delegado Paulo Tucci explica que o inquérito policial que apura as causas da morte vai unir as informações da perícia e os resultados dos exames de laboratório a serem realizados pelo Instituto Médico-Legal de Jundiaí. Segundo ele, os exames devem sair em cerca de 60 dias. "O que causou o edema é a grande pergunta", diz o delegado.

Segundo a polícia, os exames do IML ajudarão a apurar se Arthur Wolf teria hipersensibilidade ao gelo seco. Cautelosa, a mãe do estudante evita comentar os motivos da morte e reitera que o filho tinha boa saúde.

Labirinto

Segundo a assessoria do parque Hopi Hari, o menino visitava o parque com a escola, de Santo André, no ABC. Ele entrou no brinquedo conhecido como "Labirinto" e, dentro da atração, passou mal e caiu. Em seguida, foi socorrido pela equipe médica do parque.

Ainda de acordo com o Hopi Hari, o jovem teve uma parada cardíaca e foi reanimado. Ele foi colocado em uma UTI móvel e encaminhado ao Hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, a 60 km de São Paulo.

Segundo nota divulgada pelo hospital, o adolescente deu entrada às 20h24 no pronto-socorro adulto. A assessoria de imprensa do parque informou nesta terça (2) que esse horário refere-se ao momento em que foi feito o registro do menino no hospital. Segundo a mesma assessoria, o jovem deu entrada no hospital entre 19h50 e 19h55.

Minutos após sua chegada, ele sofreu nova parada cardíaca e morreu. O corpo do jovem foi encaminhado ao IML, onde foi constatada preliminarmente morte por edema pulmonar.