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Vaccari foi acusado por  lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva no escândalo que envolve empreiteiras e a Petrobras | NELSON ALMEIDA/AE
Vaccari foi acusado por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva no escândalo que envolve empreiteiras e a Petrobras| Foto: NELSON ALMEIDA/AE

Enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, defende publicamente a permanência do tesoureiro João Vaccari Neto no cargo, outras lideranças políticas articulam seu afastamento. O diretório estadual do Rio Grande do Sul, por exemplo, apresentou recurso à Executiva Nacional da legenda para que Vaccari deixe a Secretaria de Finanças a fim de evitar maior desgaste da legenda. Segundo força dentro do PT, a tendência Mensagem ao Partido, que tem entre os fundadores o ex-governador Tarso Genro, se reúne nesta quarta-feira para decidir se apoiará a permanência de Vaccari. Na última reunião do Diretório Nacional, este ano, em Belo Horizonte, a Mensagem já tendia a pedir a saída do tesoureiro, mas acabou endossando o apoio a ele por parte da direção petista.

A decisão do PT do Rio Grande do Sul foi tomada antes mesmo que Vaccari fosse formalmente acusado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva no escândalo que envolve empreiteiras e a Petrobras. No sábado passado, os dirigentes voltaram a dizer a Rui Falcão, em um evento em Porto Alegre, que defendiam a medida. O ex-governador Olívio Dutra chegou a ler uma carta em que trata do tema.

Fundador do PT e um dos líderes da Democracia Socialista (DS), que mantém dois ministros no Palácio (Miguel Rossetto, da Secretaria Geral, e Pepe Vargas, de Relações Institucionais), Raul Pont é um dos que defendem a saída do tesoureiro: “Não é um julgamento prévio nem qualquer tipo de punição. Não podemos exigir que um petista que tenha mandato, seja de deputado ou prefeito, abra mão dele, mas, se tem função partidária, tem de ser afastado até que se esclareça a situação para não contaminar todo o partido. Não é uma expulsão e nem falta de solidariedade”, diz Pont.

Os petistas que criticam a manutenção do tesoureiro citam o artigo 246 do estatuto do partido, que orienta a comissão executiva nacional a suspender provisoriamente o dirigente de seu cargo se houver “fortes indícios de violação de dispositivos pertinentes à disciplina e à fidelidade partidária passíveis de repercussão prejudicial ao partido em nível estadual ou nacional”. Para isso, seria necessário obter três quartos dos votos da executiva.

O tesoureiro é acusado pelo Ministério Público Federal de receber propinas de construtoras contratadas pela Petrobras e transformá-las em doações legais ao partido. Os crimes teriam sido praticados entre 2008 e 2010. Além de dizer que não cometeu os ilícitos, Vaccari se defende dizendo que assumiu a secretaria de finanças do PT apenas a partir de fevereiro de 2010. Antes disso, o tesoureiro (entre 2006 e 2010), era o deputado Paulo Ferreira (PT-RS).

Coordenador da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), Francisco Rocha, o Rochinha, afirma que a decisão final deve ser de Vaccari. “A decisão é dele. Acho que não deve se afastar. Tem um processo em curso, uma tentativa de criminalizar o PT. Eu confio no Vaccari”, diz Rochinha.

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