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Perto de 100 votos ainda estão em jogo e devem decidir impeachment

Para processo seguir ao Senado, oposição precisa angariar 342 votos entre os 513 deputados

Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. | Gustavo Mendes/Câmara
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. (Foto: Gustavo Mendes/Câmara)

Aproximadamente 100 votos estão em disputa para aprovar ou rejeitar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, atualizado na noite desta segunda-feira (11), e também do Datafolha, divulgado no último final de semana, indicam que o cenário ainda está aberto. Isso significa que as negociações e acordos políticos e partidários, tanto do governo quanto da oposição, devem se intensificar até as vésperas da votação final, prevista para ocorrer no domingo (17).

Pelo Datafolha, cerca de 18% dos deputados da Câmara, que representam 97 parlamentares, mostram-se indecisos para definir o futuro de Dilma. O levantamento do Estadão aponta que, somados os que não quiseram responder (43) ou afirmaram explicitamente estarem indecisos (48), 91 votos de deputados permanecem em jogo.

Nem oposição e nem o Planalto conseguem, pelos levantamentos, votos suficientes para dar a disputa como ganha. Segundo o Estadão, 299 deputados declaram ser favoráveis ao impeachment. O Datafolha indica que 60% dos parlamentares darão votos favoráveis ao impedimento da petista. Ambos os números não chegam aos 342 necessários (67% da Câmara) para que a ação de impeachment prossiga e seja levada ao Senado.

Do outro lado, quem é contrário ao afastamento da presidente também não alcança os 172 votos necessários para se livrar do processo. É preciso, no entanto, apontar que as abstenções podem ajudar o governo, já que é a oposição que precisa obrigatoriamente somar votos para afastar Dilma do cargo. O Estado de S. Paulo aponta que 123 deputados são contrários ao impeachment e o Datafolha, 108.

Os levantamentos vão contra as informações que correm nos bastidores do Congresso Nacional feitas na quinta-feira passada (7). Segundo o vice-líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR), Dilma teria 193 votos contra a abertura do processo de impeachment – quantia suficiente para barrar o impedimento.

Estatístico contraria pesquisas

O professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely, em entrevista à Folha de S. Paulo, realizou um levantamento estatístico que apontou que o impeachment da presidente Dilma teria a aprovação de 72% dos deputados. A previsão contraria os levantamentos divulgados até o momento. O índice apontado por ele seria suficiente para o impedimento da governante.

Ely parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto.

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