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corrupção na petrobras

Petista diz que Moro está rasgando a Constituição na condução da Lava Jato

Para Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, juiz “colocando de joelhos as instâncias superiores” na condução da operação

Aliado do ex-presidente Lula disparou críticas contra o juiz Sergio Moro. | Paulo Whitaker/Reuters
Aliado do ex-presidente Lula disparou críticas contra o juiz Sergio Moro. (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Num momento de acirramento da crise no país, em que lideranças do PSDB estão apostando que a presidente Dilma Rousseff não chegará ao fim de seu mandato, um dos mais próximos interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), não dá crédito ao que ele chama de “arroto” tucano. Em entrevista exclusiva, Marinho diz que está preocupado é com os rumos da economia do país. E mais preocupado ainda com a condução da Operação Lava Jato pelo juiz Sergio Moro. Para ele, o risco de quebra das empreiteiras investigadas “é de uma irresponsabilidade econômica ímpar”.

Marinho diz que Moro está atropelando as normas jurídicas, rasgando a Constituição e colocando de joelhos as instâncias superiores na condução da operação. “É uma opinião de leigo, evidentemente, apesar de eu ser bacharel [em Direito], não estudei os processos, mas como cidadão eu vejo de forma espantosa como um juiz de primeira instância possa colocar de joelhos as instâncias superiores da forma como tem feito. Parece até encomenda e é preciso que as instâncias superiores assumam a responsabilidade por este processo. É um absurdo que delatores A, B ou C acusem alguém sob tortura.”

O prefeito diz que, de acordo com informações de bastidor, “está havendo tortura [na prisão em Curitiba, onde estão os detentos dessa operação] não só psicológica”. E nessas condições, diz ele, os delatores têm o direito de mentir. “Sugiro que os senadores [da oposição que foram à Venezuela para tentar visitar os presos políticos do regime de Nicolás Maduro] façam uma comissão e, em vez de ir à Venezuela, vejam o que está acontecendo em Curitiba, que é muito mais perto. Estou muito mais preocupado com o que pode acontecer com as empresas investigadas nessa operação do que com o arroto do PSDB.”

Marinho reiterou que confia na solidez das instituições do país, como o TSE e o STF, portanto, não acredita que Dilma seja tirada do Palácio do Planalto antes do final de seu mandato. Além disso, diz que o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, candidato derrotado pela petista nas eleições presidenciais de outubro passado, não é juiz, não tem provas de nada e, em vez de tentar o caminho da Justiça, deveria era tentar convencer a população nas urnas. E ironizou: “As urnas deram a derrota a Aécio, ele que se prepare e volte em 2018. O que ele tem que saber é se vai conseguir ser o candidato de seu partido, porque me parece que o escalado para 2018 não é ele.” Já com os desdobramentos da Operação Lava Jato, principalmente no impacto econômico, o petista diz que o cenário é preocupante. “Não é possível você punir eventuais corruptos e destruir as empresas, é preciso separar uma coisa da outra.”

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