A polarização da disputa presidencial entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra se refletiu nos votos de legenda para a Câmara dos Deputados em 2010. No total, o PT foi o partido que mais recebeu esse tipo de votos, 2.332.484 (25,3% do total), seguido pelo PSDB, 1.979.118 (21%). Em terceiro lugar ficou o PMDB, com 846.987 (9,2%) e, em quarto, o PV da presidenciável Marina Silva, com 823.733 (8,9%).
Do total de 98.060.883 de votos válidos para deputado federal em todo país, apenas 9.231.558 (9,4%) foram para as legendas. Pelo sistema de lista aberta utilizado atualmente no Brasil, o eleitor escolhe primeiro o partido e depois o candidato (ambas as escolhas fazem parte de um mesmo voto). Há a opção, porém, de se votar somente na sigla.
Se apenas o voto na legenda valesse para a divisão das cadeiras na Câmara, como propõe o sistema de listas fechadas sem possibilidade de coligação, o PT saltaria de 88 para 129 deputados federais nas eleições de 2010 (desconsiderados os quocientes eleitorais de cada estado). Já o PSDB mais que dobraria o número de vagas, de 53 para 107. O PMDB cairia de 78 para 46, enquanto o PV saltaria de 14 para 46 parlamentares.
A influência da eleição majoritária para governador também afetou o voto de legenda para deputado federal no Paraná. O PSDB do governador eleito Beto Richa ficou na frente com 121.552 votos (27,4% do total), seguido pelo PT, que apoiou Osmar Dias (PDT), e ficou com 87.950 votos (19,8%). Em terceiro lugar ficou o PMDB, com 57.606 votos (13%). Se fosse adotado o critério do voto em lista fechada, o número de deputados federais tucanos eleitos pelo estado aumentaria de três para oito. Já a atual bancada peemedebista, a maior do Paraná, cairia de seis para quatro parlamentares.



