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O ministro Paulo Berrnardo; a secretária Lygia Pupatto; Dilma Rousseff e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
O ministro Paulo Berrnardo; a secretária Lygia Pupatto; Dilma Rousseff e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Lula x FHC

Dilma defende comparações

A ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência, respondeu ontem às críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à estratégia adotada pelo Palácio do Planalto para tentar vencer as eleições de outubro. Dilma mostrou que não deixará de fazer comparações entre o que foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor.

Em artigo publicado ontem na Gazeta do Povo, Fernando Henrique afirmou que o presidente Lula, levado por "momentos de euforia", está inventando inimigos e enunciando inverdades. FHC lamentou que o presidente tenha se deixado contaminar por "impulsos tão toscos" e mostrou disposição para entrar no embate das realizações de cada governo, polarização defendida por Lula. Para Dilma, o que o governo defende é uma comparação para a escolha de caminhos. "Essa é a forma de nós confrontarmos as possibilidades", disse a ministra.

Em tom mais ameno, Dilma também respondeu ontem às críticas feitas pelo pré-candidato à presidência pelo PSB, Ciro Gomes. Ele condenou a "frouxidão moral" da aliança governista PT-PMDB.

"Eu entendo perfeitamente que cada um pode ter a sua opinião e respeito todas, ainda mais a opinião de uma pessoa extremamente qualificada, que é o ex-ministro Ciro."

Agência Estado

  • Fila para foto com Dilma -O assédio à ministra Dilma Roussef foi grande durante a reunião com cerca de 170 prefeitos paranaenses realizada no último sábado, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ao ser anunciada, a ministra foi ovacionada aos gritos de

Um clima de comício eleitoral e gritos de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma" deram o tom à presença da ministra Dilma Rousseff na festa de 30 anos do PT do Paraná, realizada na noite do último sábado, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Durante a comemoração, que marcou também a posse da nova diretoria do partido no estado, Dilma foi chamada de "nova presidenta" e de "primeira mulher presidente do Brasil". Em resposta aos incentivos, ela disse que cada petista tem em 2010 a missão de "não deixar a peteca cair" e de evitar que haja um retrocesso no país. Já o presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra, destacou a importância do Paraná na eleição presidencial e afirmou que, para o PT, a aliança ideal à sucessão estadual é uma coalizão com o senador Osmar Dias (PDT).

Ovacionada por 1.700 militantes petistas, segundo informações da organização do evento, Dilma distribuiu autógrafos, posou para fotos e teve o discurso interrompido várias vezes por gritos e aplausos. Ao longo de sua fala, ela disse que o PT precisa ir às ruas na eleição de outubro para dar continuidade ao "melhor governo da história deste país". "Com a tradição de luta do PT, vamos conseguir que o Brasil continue avançado em suas mudanças. Nossos compromissos com o país nos levarão à vitória", disse. Em nenhum momento, porém, a ministra se colocou como candidata à Presidência da República. Mais cedo, durante uma reunião com cerca de 170 prefeitos paranaenses, ela declarou que seria um desrespeito com o PT se dizer pré-candidata antes do congresso do partido, que será realizado no próximo dia 20. "Não ponho a carroça na frente dos bois", desconversou.José Eduardo Dutra, por outro lado, não teve o mesmo pudor da ministra. "Ela (Dilma) não pode, mas eu vou falar. Vamos conseguir um feito inédito e eleger a primeira mulher presidente do Brasil", declarou. O discurso foi seguido por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência; e por Gleisi Hoffmann, ex-presidente do PT do Paraná. "Vale à pena lutar para eleger essa mulher e também uma grande bancada no Congresso", afirmou Carvalho.O presidente nacional do partido defendeu ainda a aliança com o PDT na disputa pelo governo do Paraná, com o objetivo de construir um palanque forte para Dilma Rousseff. Na visão de Dutra, o estado terá papel decisivo na eleição presidencial, já que é o sexto colégio eleitoral do país e um dos mais fortes economicamente.

Durante a reunião com prefeitos, no entanto, a ministra não quis se comprometer e evitou falar sobre alianças no Paraná, já que estava sentada ao lado de Osmar Dias e do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), ambos pré-candidatos à sucessão estadual. "Temos todo o interesse em eleger os candidatos da base aliada (do governo federal). Não é por querer palanque, mas um desejo de repetir a composição nacional", argumentou. "Não vamos impor nada para estado nenhum, mas tentaremos manter a unidade." Tanto Osmar quanto Pessuti também evitaram comentar uma possível aliança com o PT.

Mais festa

O clima da passagem de Dilma pelo Paraná se repetiu ontem no encontro da Juventude Nacional do PT, em Brasília. Antes da reunião, ao serem questionados se a oposição não poderia classificar o evento como campanha antecipada, Dutra e a ministra negaram que estivessem ali com esse propósito. "Isso não é um ato de campanha. É um ato de uma instância do PT. O PT tem uma secretaria de juventude e, portanto, é um ato interno do partido, realizado em um ambiente interno", declarou Dutra. "Não é nem um ato de pré-campanha. A ministra veio para cá como filiada do PT, como militante do PT, para falar com os militantes jovens do partido."Gleisi oficializa pré-candidatura ao Senado

Bastante ovacionada durante a festa de 30 anos do PT do Paraná, a ex-presidente estadual do partido Gleisi Hoffmann confirmou oficialmente que é pré-candidata ao Senado. Se­­gundo ela, que foi apresentada na cerimônia como "futura senadora", a disputa do PT por uma vaga no Senado é uma questão fechada, independentemente de futuras alianças. A exigência pode atrapalhar as negociações com o PDT, que deseja ter Gleisi como vice na chapa encabeçada pelo senador Osmar Dias ao governo do estado.

Para fechar alianças, o diretório estadual petista estabeleceu duas diretrizes "inegociáveis": apoio à candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff e fortalecimento da bancada do PT no Congresso. De acordo com o deputado federal André Vargas (PT), as negociações com o PDT estão bastante avançadas, mas tirar Gleisi da disputa ao Senado é "impossível". "Isso não passa na convenção", garantiu.

Com a decisão do PT, o PDT será obrigado a aceitar outro candidato a vice de Osmar, se quiser formalizar uma aliança – entre as possibilidades, está o diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, e o deputado federal Angelo Vanhoni.

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