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O mundo realmente dá voltas. Hoje, é a Petrobras de Dilma, Lula e PT que, exaurida, machucada e vilipendiada, anuncia a venda de
R$ 39 bilhões em ativos para tentar amortizar uma dívida que vai crescendo e se tornando impagável.

Quem é mesmo que anunciou que a Petrobras está sendo fatiada e vendida? O governo do PT?!!! Isso só pode ser brincadeira, quem sabe uma “barriga” (informação errada) da imprensa.

Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff usaram e abusaram, durante as campanhas de 2006 e de 2010, da versão de que o PSDB privatizaria a Petrobras. Até engenheiros da própria companhia acreditaram, ou quiseram acreditar, na balela.

E quem não se lembra de Lula metido num macacão cor de abóbora da Petrobras, com a mão manchada de petróleo, passando a imagem subliminar de que ele próprio, qual um deus das profundezas do oceano, havia criado o pré-sal? Ambos, macacão e presidente, tão fotogênicos, a dias das eleições.

O mundo realmente dá voltas. Hoje, é a Petrobras de Dilma, Lula e PT que, exaurida, machucada e vilipendiada, anuncia a venda de R$ 39 bilhões em ativos para tentar amortizar uma dívida que vai crescendo e se tornando impagável.

A venda tem, assim, um viés político e outro econômico. O político é que, tal como Dilma disse que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que “a vaca tussisse”, as campanhas petistas trataram da privatização da Petrobras como algo absurdo, nefasto, coisa do demônio. E tanto a vaca “tussiu” quanto o governo do PT se converteu à crença do mal.

Ah!, sim, privatização é uma coisa, venda de ativos é outra. Ou melhor: privatização de adversários é privatização, mas privatização “cumpanheira” é só “venda de ativos”?

É assim que o PT, um dos maiores e mais importantes partidos da redemocratização, vai perdendo o encanto, as bandeiras, os líderes e até a credibilidade. Se, sistematicamente, diz uma coisa na campanha e faz outra depois de eleito, resta pouco para acreditar. A magia do marqueteiro João Santana está se esgotando.

Quanto ao viés econômico: o sindicalista José Sérgio Gabrielli deixou a Petrobras com um buraco imenso e sua sucessora Graça Foster não melhorou muito as coisas. Assumiu a presidência com uma dívida de R$ 181 bilhões. Foi para a casa deixando uma de R$ 332 bilhões. A Petrobras é a empresa mais endividada do mundo!

Faz todo o sentido – para o mercado, para quem é do ramo e para quem consegue enxergar além da ideologia – passar adiante áreas que não são essenciais ao objetivo fim da Petrobras. Exemplo: as fábricas de fertilizantes.

Mas a grande dúvida é se vender R$ 39 bilhões em ativos (no Brasil e no exterior) e cancelar investimentos de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões neste ano vão resolver o problema. Façam as contas...

E, espreme daqui, espreme dali, não sobra muito para sair vendendo. A lista já inclui termelétricas, gasodutos, refinarias, dutos, rede de postos de gasolina e... campos de petróleo e gás. Daqui a pouco, vão querer vender o pré-sal e até o macacão cor de abóbora do Lula.

Por um desses detalhes cruéis da história, o anúncio da venda de ativos da Petrobras passou praticamente em branco no mundo político, distraído com uma lista muito diferente da lista de ativos à venda na Petrobras: a lista dos políticos enrolados na Operação Lava Jato. Mas uma coisa está diretamente vinculada à outra.

A Petrobras só chegou no fundo do poço e o PT só teve de engolir a venda de ativos goela abaixo porque, nos governos Lula e Dilma, o PT se sentiu dono da maior empresa do país e fez dela gato e sapato. Não apenas participou dos esquemas de desvios como represou tarifas politicamente e escamoteou informações devidas à opinião pública. Chegamos aonde chegamos. Ou melhor, chegaram aonde chegaram.

E, por falar em lista de políticos enrolados: depois de comer o pão que o diabo amassou com Eduardo Cunha na Câmara, Dilma vai ter que digerir um Renan Calheiros cheio de espinhos no Senado, rejeitando a medida provisória que aumentaria os impostos das empresas e reduziria as dívidas do governo.

Mas a gente já sabe como é: a culpa não é de Lula, Dilma, Cunha e Renan; é do ministro da Fazenda, Joaquim Levy!

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