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A Petrobras vai investigar como a empresa Sanko Sider conseguiu ser aprovada como fornecedora da estatal usando a documentação de uma outra companhia. Só empresas aprovadas no cadastro da Petrobras podem vender ou prestar serviços para a estatal. Laudo da Polícia Federal anexado a um dos processos da Operação Lava Jato afirma que consórcio liderado pela Camargo Corrêa repassou R$ 37,7 milhões a duas empresas do doleiro Alberto Youssef por meio da Sanko Sider e Sanko Serviços. Os serviços contratados pela Camargo Corrêa não foram prestados, segundo os peritos da PF.

O consórcio conquistou o maior contrato para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de R$ 3,4 bilhões, em valores de 2010. Procuradores que atuam no caso defendem que todos os depósitos feitos em empresas do doleiro eram destinados a pagamento de propina a políticos. Contratos superfaturados da refinaria eram a fonte desses repasses, ainda de acordo com os procuradores.

A Sanko apresentou documentos de outras empresas porque seu balanço registrava prejuízos e dívidas, de acordo com os peritos, o que resultaria na reprovação da empresa. Ao responder a questionamento da reportagem, a Petrobras informou que uma empresa não pode usar documentação contábil de outra para obter o registro no cadastro. "O procedimento regular é a análise da documentação contábil da própria empresa ou da empresa controladora", afirma nota da estatal.

Em três anos seguidos (2009 a 2011), a Sanko conseguiu ser aprovada no cadastro da Petrobras apresentando balanços da Cia. Metalúrgia Auxiliar, da qual ela detém só 33% das ações. Em 2013, a empresa foi aprovada com documentos próprios. Neste ano, porém, a Petrobras reprovou a empresa porque ela não apresentou documentação contábil de 2013.

Outro lado

A Sanko diz que o laudo não é conclusivo e que a própria Petrobras diz no documento que a empresa foi cadastrada por meio de "um processo de avaliação especial que levou à aprovação, totalmente regular e legal".

O advogado do consórcio liderado pela Camargo Corrêa, Celso Vilardi, diz que a Sanko prestou todos os serviços contratados ao buscar fornecedores de tubos no exterior, cadastrar essas empresas na Petrobras, cuidar do desembarque do material e do rastreamento dele no canteiro de obras da refinaria.

Segundo ele, os peritos extrapolaram ao concluir numa perícia contábil que os serviços não foram prestados. Para Vilardi, os peritos precisariam visitar o canteiro de obras para chegar a essa conclusão.

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