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A Polícia Federal informou na tarde desta sexta-feira que 29 pessoas já foram presas na operação "Toupeira", que frustrou um plano de assalto a caixas-forte de duas agências bancárias em Porto Alegre. A PF ainda procura 27 pessoas acusadas de envolvimento com a quadrilha. Todas elas já estão com mandado de prisão expedidos. A quadrilha está ligada ao assalto do Banco Central em Fortaleza, ocorrido em agosto de 2005, em que foram levados mais de R$ 150 milhões, no maior roubo registrado na história do país.

O grupo, que segundo o chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado da PF, Getúlio Bezerra, tem ligações com a principal facção criminosa do estado de São Paulo, foi preso em flagrante, quando preparava uma ação semelhante ao assalto do BC. A quadrilha tem como especialidade realizar grandes assaltos a bancos e a empresas de segurança bancária com escavação de túneis até as caixas-fortes das instituições.

Quando foi presa, a quadrilha cavava um túnel que já tinha cerca de 85 metros e desembocaria em agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal. Dez dos assaltantes estavam dentro do túnel, que estava sendo escavado a partir de um prédio alugado. Até tanques de oxigênio foram econtrados no túnel.

A PF faz diligências em 10 estados em busca de outros membros da quadrilha. Também foram expedidos pela Justiça três mandados de busca e apreensão de bens da facção criminosa que vende por mês 130 quilos de cocaína em 50 presídios de São Paulo.

Entre os 28 presos, está o criminoso conhecido como Balengo, ou DL, considerado um dos chefes da facção criminosa que coordena ataques a São Paulo e teria participado do seqüestro do repórter Guilherme Portanova e de Alexandre Callado, da TV Globo. A PF cumpre ainda nesta sexta-feira 12 mandados de prisão em São Paulo de outros integrantes da quadrilha envolvidos no plano.

Outro preso é Raimundo Barbosa Neto, conhecido como Neto. Ele foi detido na cidade de Paranaíba, a 354 quilômetros da capital Teresina, com mandado judicial do estado do Ceará. Neto é acusado também de participar do assalto ao BC e de ser ligado à maior facção criminosa de São Paulo.

Os policiais federais também cumpriram mandado de busca, apreensão e seqüestro de bens de Raimundo Neto.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que a prisão do grupo pode ser considerada o maior golpe contra a organização que age nos presídios paulistas.

- Foi um golpe muito forte porque eles são pegos no que têm de vital, que é a causa final do crime, o dinheiro. Então, essa operação os atinge fortemente - afirmou o ministro, que falou na sede da Polícia Federal em São Paulo.

A operação desta sexta-feira ganhou o nome de "Toupeira", em referência à escavação do túnel, e começou a ser planejada em agosto de 2005, depois do assalto ao Banco Central de Fortaleza, quando foi encontrado um cartão de telefone pré-pago na sede do banco no Ceará. A partir deste cartão, a PF monitorou a rede de telefonia do grupo que agiu no assalto ao BC e descobriu que eles ordenavam o assalto aos bancos Banrisul e à Caixa Econômica Federal em Porto Alegre. O túnel escavado em Fortaleza tinha cerca de 80 metros de extensão e 70 centímetros de largura. Para entrar no cofre, a quadrilha perfurou o piso de ferro e revestido de concreto.

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