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Governador de Minas Gerais está sendo investigado pela operação da PF. | Divulgação
Governador de Minas Gerais está sendo investigado pela operação da PF.| Foto: Divulgação

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (16) operações de busca a apreensão no âmbito da Operação Acrônimo. Em Brasília, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do empresário Elon Gomes, sócio da Aliança Seguradora de Saúde.

O advogado de Gomes, Eduardo Toledo, confirmou a visita dos policiais e afirmou que seu cliente foi alvo da ação porque uma de suas empresas, que não é a Aliança, fechou um contrato de publicidade com Benedito Rodrigues de Oliveira. Amigo do governador Fernando Pimentel , Bené, como Oliveira é conhecido, é um dos principais investigados pela Acrônimo.

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Segundo Toledo, o negócio firmado entre Elon Gomes e Bené foi de R$ 200 mil ou R$ 300 mil, “em torno disso”.“Meu cliente jamais se beneficiou com recursos públicos, seja por prestação de serviço, seja por financiamento público. Nada”, afirmou o advogado. De acordo com ele, os policiais levaram “pouquíssimo material” da casa de Elon Guedes, sem especificar, porém, o que foi apreendido.

As investigações têm como alvo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e sua mulher, Carolina. A Acrônimo investiga supostos desvios de recursos para a campanha de Pimentel ao governo de Minas, em 2014, e suspeitas de tráfico de influência por parte do petista.

A operação é consequência de investigação que começou em outubro do ano passado, durante as eleições, quando a PF apreendeu R$ 113 mil em espécie dentro de um avião que acabara de pousar no aeroporto de Brasília vindo de Belo Horizonte (MG).

No avião estava o empresário do setor gráfico Benedito Rodrigues, o Bené, que trabalhou em campanhas eleitorais do PT e mantém diversos contratos com o governo federal. A Folha apurou, na época, que os contratos previam pelo menos R$ 200 milhões.

Em 2010, ele esteve no centro do escândalo no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

Também estava no avião Marcier Trombiere Moreira, ex-assessor do Ministério das Cidades – dominado pelo PP. Ele havia pedido licença do governo naquele ano para trabalhar na campanha de Fernando Pimentel, ex-ministro do governo Dilma Rousseff e eleito governador de Minas pelo PT.Trombiere afirmou, na época, que estava de carona no avião monitorado pela polícia e que carregava cerca de R$ 6 mil sacados de sua própria conta bancária para eventuais despesas médicas.

Também na época, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que a apreensão não poderia ser colocada na conta do partido. O mesmo fez a coligação de Pimentel, que afirmou que não poderia ser responsabilizada pelos valores. O avião, um turboélice King Air avaliado em R$ 2 milhões, foi apreendido pela Justiça Federal a pedido da PF.

Qualicorp diz que não foi alvo de procedimento de busca e apreensão pela PF

A Qualicorp, em fato relevante divulgado ao mercado, afirmou que não tem nenhuma relação com as operações conduzidas pelas autoridades nesta quarta-feira (16), e que não foi alvo de nenhum procedimento de busca e apreensão. “Como companhia de capital aberto, com milhares de acionistas no Brasil e no exterior, o grupo repudia veementemente rumores envolvendo o seu nome sem nenhum embasamento”, declarou no comunicado.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta uma nova etapa da Operação Acrônimo, em São Paulo e Brasília e um dos alvos de busca é o empresário Elon Gomes, sócio minoritário da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde. A Qualicorp é detentora de 75% do Grupo Aliança.

Em 2012, a companhia de planos de saúde por adesão havia comprado 60% da Aliança e aumentou a fatia detida na empresa em 2014. Elon Gomes de Almeida é o fundador da Aliança e, após as negociações com a Qualicorp, permaneceu comprometido com o negócio, detendo 25% da empresa e continuando a exercer as suas funções de diretor presidente, conforme notificou a própria Qualicorp em fato relevante na época.

Ainda no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Qualicorp esclareceu que tanto o grupo quanto a Aliança “nunca pleitearam qualquer tipo de financiamento público ou obtiveram recursos públicos para a realização de suas atividades, uma vez que estas dependem diretamente de usuários contratantes de planos de saúde.”

Operadores lembraram que, na época do início da operação Acrônimo, a Qualicorp chegou a ser citada na imprensa, mas negou que tenha havido uma operação de busca e apreensão em seus escritórios ou na casa de seu principal acionista, José Seripieri Filho. Naquele dia, 29 de maio, as ações caíram 19,66%.

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