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Cuiabá - A Polícia Federal de Mato Gros­­­so encaminhou ontem à Justiça Federal a conclusão do inquérito sobre supostas fraudes em licitações do Programa de Ace­­­leração do Crescimento (PAC), do governo Lula, nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Ao todo, 22 pessoas foram indiciadas sob suspeita de envolvimen­­­to no esquema.

As licitações foram alvo da Operação Pacenas, deflagrada em agosto pela PF. Na ocasião, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo, Goiás e no Distrito Fe­­deral. Os indiciados não tiveram os nomes divulgados.

Mas, entre os presos em agos­­­to, estavam o advogado José Antônio Rosa, ex-procurador da prefeitura de Cuiabá, e quatro servidores que atuavam nas comissões de licitação da Sa­­ne­­cap (Companhia de Sanea­­­men­­to da Capital) – sigla que, invertida, batizou a operação da PF.

Também foram detidos o ex-prefeito de Cuiabá Anildo Lima Barros e Carlos Avalone, vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso. To­­­­dos os suspeitos foram depois soltos por decisão do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região.

Segundo a PF, licitações de quase R$ 400 milhões em investimentos nas duas cidades foram direcionadas em benefício das empreiteiras Gemini (administrada por Lima Barros), Três Irmãos (de Carlos Avalone) e Concremax.

Ontem, em nota, a PF disse ter encontrado provas dos crimes de fraude à licitação e formação de quadrilha. Em um dos computadores apreendidos na operação, diz a polícia, ha­­­via instruções sobre como fraudar licitações do PAC. "As empresas integrantes do esquema contam com grande força po­­­lítica, seja por pertencerem a políticos conhecidos em Mato Grosso ou por intenso contato de seus proprietários com políticos municipais", disse a PF, na nota.

O advogado Ulisses Raba­­­neda, que defende o ex-procurador José Antônio Rosa, disse que ainda não havia tido acesso ao relatório, mas falou que a investigação não provou "absolutamente nada". Huendel Wender, que atua na defesa do ex-prefeito Anildo Lima Barros, disse que as acusações são "to­­­talmente infundadas". O advogado Paulo Fabrinny, que representa Avalone e o empreiteiro Jorge Pires de Miranda, da Con­­­cremax, chamou de "surreal" a investigação da PF. "O inquérito não tem pé nem cabeça, só gravações interpretadas de forma errônea ou tiradas de seu contexto."

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