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Investigação policial

PF indicia Daniel Dantas, Pitta e Nahas por crimes financeiros

Indiciamentos são resultado da 2.ª fase da Satiagraha, iniciada após o afastamento de Protógenes do comando da operação

Daniel Dantas deixa a sede da PF em São Paulo: banqueiro é acusado de gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, empréstimo vedado e formação de quadrilha | Hélvio Romero/AE
Daniel Dantas deixa a sede da PF em São Paulo: banqueiro é acusado de gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, empréstimo vedado e formação de quadrilha (Foto: Hélvio Romero/AE)

A Polícia Federal (PF) indiciou por crimes financeiros o sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o megainvestidor Naji Nahas. O indiciamento dos três, juntamente com o de outras 27 pessoas, encerra a segunda fase da Operação Satiagraha, iniciada em julho do ano passado, após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz do comando da operação por suspeita de ter cometido abusos durante a Satiagraha. Apesar do afastamento, os indiciamentos da PF corroboram as investigações de Protógenes.

Dantas foi indiciado por cinco crimes, quatro deles financeiros: gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, empréstimo vedado e formação de quadrilha. As novas acusações formais da PF contra Dantas são resultado do inquérito produzido pelo sucessor de Protógenes no caso, o delegado Ricardo Saadi.

Confira os principais fatos da Operação Satiagraha

O primeiro inquérito da Satiagraha, apresentado por Protógenes antes de se afastar da operação, já foi levado à Justiça e resultou na condenação do banqueiro, em primeira instância, a dez anos de prisão. Ele foi condenado por tentativa de corrompor um delegado da PF com a oferta de US$ 1 milhão. O banqueiro, segundo a acusação, queria que o delegado excluísse ele e sua família das investigações. Como se trata de condenação em primeiro grau, Dantas permanece solto enquanto recorre da sentença.

O novo indiciamento do banqueiro, preso duas vezes em 2008 durante as investigações da Operação Satiagraha, foi feito ontem durante o depoimento dele na sede da PF em São Paulo.

Além de Dantas, outros cinco executivos do Grupo Opportunity foram indiciados ontem pela PF, pelos mesmos cinco crimes: Verônica Dantas (irmã de Daniel Dantas), Arthur Joaquim de Carvalho (cunhado de Dantas), Danielle Ninnio (diretora-jurídica do Opportunity), Eduardo Penido Monteiro (sócio de empresas do grupo) e Norberto Aguiar Tomaz (suposto responsável por pagamento de propinas e caixa dois do grupo). Todos estiveram ontem na PF e, assim como Dantas, ficaram em silêncio.

Hoje, outras quatro pessoas ligadas ao banqueiro serão ouvidas na sede da PF em São Paulo: o presidente do banco Opportunity, Dorio Ferman; o vice-presidente, Carlos Rodenburg; o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz (a telefônica era controlada por Dantas); e o executivo Itamar Benigno Filho.

Em outra frente de investigação decorrente da Operação Satiagraha, a PF também indiciou o investidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e outras 22 pessoas por crimes de evasão de divisas, operação de instituição financeira sem autorização, falsidade ideológica, fraude na administração de sociedade anônima e formação de quadrilha. O inquérito, diferente do de Dantas, foi concluído na última quinta-feira, mas só ontem o fato foi divulgado. Dentre os investigados ligados a Pitta e a Nahas, estão empresários e doleiros suspeitos de operarem no mercado financeiro para fazer lavagem de dinheiro.

Denúncia certa

O procurador da República Rodrigo de Grandis afirmou, após o novo indiciamento de Dantas, que a apresentação da denúncia do Ministério Público Federal à Justiça será questão de tempo. Segundo o procurador, a investigação da Operação Satiagraha já reuniu elementos suficientes que comprovam os crimes fi-nanceiros atribuídos aos indiciados.

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