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A Polícia Federal indiciou na terça-feira (29) por seis crimes Dório Ferman, presidente do Banco Opportunity e braço direito do banqueiro Daniel Dantas. A exemplo de Dantas - alvo maior da Operação Satiagraha e enquadrado segunda-feira pela PF -, Ferman ficou em silêncio diante do delegado Ricardo Andrade Saadi, que preside o caso. Indignado porque, segundo alega, não teve acesso a 50 volumes de documentos que a PF juntou aos autos "em cima da hora", Ferman recusou-se até mesmo a assinar nota de culpa - ato formal de seu indiciamento -, fato incomum na rotina policial.

Evasão de divisas, lavagem de dinheiro, empréstimos vedados pela Lei do Colarinho Branco, sonegação fiscal, gestão fraudulenta de instituição financeira e formação de quadrilha são os delitos atribuídos a Ferman. "Se no Brasil as pessoas forem indiciadas graças a uma frase nós vamos muito mal", protestou o criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende Dório Ferman e o acompanhou na audiência. "A Satiagraha é uma marca para os brasileiros. Ou o Brasil aprende a trabalhar dentro da legalidade ou não vai dar certo. Vai ser o antes e o depois. Ou o Brasil opta por ser um país reacionário, podendo se comparar à Rússia, onde existem os inimigos do povo, ou vai ser um país em que se cumpre a Constituição e a lei.

O banqueiro completou o ciclo de indiciamentos da Satiagraha, 13 ao todo. Ontem, além de Ferman, foram indiciados Itamar Benigno, gestor do banco, Carlos Bernardo Torres Rodemburgo, operador do grupo, e Humberto Braz, condenado com Dantas no processo por corrupção. A PF sustenta que Dantas liderava organização criminosa para fraudes financeiras e remessas ilegais para paraísos fiscais por meio do Opportunity Fund.

A PF planeja relatar o inquérito até amanhã e enviar os autos ao juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6.ª Vara Criminal Federal, que já condenou Dantas a 10 anos de prisão por suposto crime de corrupção ativa. O inquérito seguirá para o procurador da República Rodrigo de Grandis, acusador de Dantas. Grandis prepara denúncia criminal contra o banqueiro e sua equipe. Não se sabe, ainda, se o procurador pedirá novamente a prisão de Dantas, como fez em 2008 em duas ocasiões.

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