• Carregando...

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a morte do rapaz de 17 anos que caiu ou se jogou da janela de seu apartamento enquanto agentes federais faziam buscas no local, na terça-feira. Os policiais analisavam computadores da família do jovem para confirmar se eles eram realmente usados para trocar imagens pornográficas de crianças e adolescentes. A busca fazia parte de uma operação internacional contra pedofilia na internet. O rapaz foi sepultado na manhã de quarta-feira.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, José Milton Rodrigues, os três familiares do jovem que estavam no apartamento já foram ouvidos pelos policiais. Suspeita-se que o menor tenha se suicidado temendo que os policiais descobrissem imagens de pedofilia em seu computador. Quando os policiais examinavam uma das máquinas, o jovem entrou em seu quarto e fechou a porta. Um agente pediu para que a mãe abrisse a porta, mas já era tarde: o rapaz já havia caído ou se jogado da janela. Ele morreu minutos depois.

- A porta dele estava fechada e pedi para a mãe abri-la. Enquanto isso já ouvíamos gritos. Houve um barulho e as pessoas chegaram na janela e começaram a gritar que alguém havia se jogado - contou um policial que não quis se identificar.

À tarde a Polícia Federal confirmou que a perícia encontrou imagens pornográficas de crianças no computador do rapaz.

A operação fazia parte de uma ação internacional, desencadeada terça-feira para combater a divulgação de pornografia infantil na internet em 30 países . No Brasil, foram cumpridos, em 11 estados, 34 mandados de busca e apreensão de equipamentos de informática na casa de suspeitos de trocarem imagens de sexo envolvendo crianças. Apenas no Rio de Janeiro foram cumpridas buscas em dez lugares diferentes.

De acordo com Rodrigues, a transmissão e a divulgação de pornografia infantil têm crescido nos últimos anos, devido à popularização da internet. O crime, previsto no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, resulta em punições de um a quatro anos de reclusão.

Rodrigues explica que ninguém foi preso na etapa brasileira da operação porque os policiais precisam, primeiro, fazer uma perícia nos computadores apreendidos.

- O material será todo examinado, serão feitos os laudos e aí vai se dizer se tem imagem recebida ou transmitida. Vamos identificar os usuários de cada uma das máquinas e o delegado poderá, junto ao Ministério Público e à Justiça, pedir a prisão dessas pessoas - disse.

A Polícia Federal brasileira entrou na operação em 2005, a pedido da polícia espanhola. Entre os países que também participam das ações de repressão à pornografia infantil estão a Argentina, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]