Quase 50 agentes da Polícia Federal (PF) vão analisar as duas toneladas de material apreendidas na Operação Hurricane, deflagrada na última sexta-feira (13) contra um esquema de exploração de jogos ilegais, corrupção, lavagem de dinheiro e venda de decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e máquinas de caça-níqueis. Contraventores, magistrados e advogados envolvidos com o esquema estão encarcerados na Superintendência da PF em Brasília desde o início da manhã de sábado (14).
Chegaram a Brasília no jato EMB-145 às 13h30 deste domingo (15) 1.100kg de documentos, agendas, anotações, computadores e jóias. O material chegou em 99 malotes, que foram transportados até o edifício-sede da PF em duas vans. Junto com as provas, desembarcaram 19 policiais que vão participar da análise do material apreendido.
A aeronave foi reabastecida no próprio hangar da PF para retornar ao Rio de Janeiro. A previsão é que o restante do material apreendido chegue ainda neste domingo (15) a Brasília. Outros 19 agentes serão, então, deslocados para a capital federal junto com a documentação. Todos esses policiais vão se juntar aos outros nove agentes que estavam responsáveis por tomar os depoimentos dos presos na Superintendência da Polícia Federal.
O esquema
O grupo preso na sexta-feira (13) na Operação Hurricane, deflagrada no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Distrito Federal, é acusado de vender decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e de máquinas caça-níqueis. São suspeitos também de corrupção e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal divulgou o balanço dos bens apreendidos. Segundo a PF, são R$ 10 milhões em dinheiro e R$ 5 milhões em cheques. Em moeda estrangeira, a PF localizou US$ 300 mil, 34 mil euros e 400 libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 700 mil. A PF informou que o dinheiro, um total de R$ 20 milhões, está depositado na Caixa Econômica Federal (CEF).
Durante a operação, os agentes também apreenderam 51 veículos, sendo o mais caro um Mercedes-Benz estimado em R$ 550 mil reais. Segundo a PF, os veículos vão ser transportados do Rio de Janeiro para Brasília em cinco caminhões-cegonha que devem deixar a capital fluminense neste domingo (15).
Em um cofre na casa do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, foram apreendidos 27 relógios de luxo. O valor dos relógios não foi divulgado.



