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A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas nesta quinta-feira em Brasília, Pernambuco e Rio de Janeiro durante a Operação Selo, que investiga um esquema de fraudes nos Correios. Entre os presos está o empresário Artur Waschek, que seria o responsável pela gravação que derrubou o ex-chefe do Departamento de Compra de Materiais dos Correios Maurício Marinho, com o objetivo de ampliar o seu esquema ilegal. Na época, ele disse que fez a gravação por estar sendo prejudicado em licitações.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram pelo menos 20 empresas envolvidas com a quadrilha. O procurador Bruno Acioly disse que os contratos realizados pela organização somam "bilhões de reais".

De acordo com a PF, o grupo atuava pelo menos desde 1994 e fraudava licitações utilizando empresas com diferentes personalidades jurídicas. Os membros da quadrilha corrompiam funcionários dos Correios e se beneficiavam antes mesmo da publicação de editais. Em um dos casos, uma empresa conseguiu ganhar um processo de licitação para compra de cofres, mesmo com o material fora dos padrões de segurança exigidos pelo edital. O valor do contrato era de R$ 8 milhões.

Segundo o procurador Bruno Acioly, os cinco presos nesta quinta-feira pertenciam à quadriha que derrubou o grupo de Marinho e que seria liderada por Waschek.

- A corrupção é um câncer. Não tem como (curar). Isola uma área, erradica o problema e o problema surge em outro local. (O que houve) nos Correios foi uma reposição das pessoas alijadas do outro esquema - afirmou o procurador.

O delegado Daniel França, que é carioca, comparou a briga de quadrilhas nos Correios às disputas do narcotráfico nos morros do Rio.

- Havia uma quadrilha nos Correios, que foi afastada. Uma outra organização tomou o lugar dela, como ocorre nos morros, quando uma quadrilha toma o lugar da outra - disse.

A operação conta com a participação de 120 policiais federais, membros da Controladoria Geral da União, do Ministério Público. No total serão cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. A assessoria de imprensa dos Correios não quis comentar a operação conjunta, alegando ser um assunto da PF.

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