• Carregando...

A Polícia Federal procura dois novos suspeitos de integrarem a quadrilha que vendia vagas em universidades públicas e particulares do país. A Operação Vaga Certa, deflagrada na segunda-feira (30), já tem nove presos pela comercialização de vagas em universidades públicas e particulares em oito estados do país.

O delegado da PF Osvaldo Scalezzi, informou que J.P.F., estudante de medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece) preso sob a acusação de atuar como "piloto" (ele realizava as provas do vestibular no lugar de outros candidatos) disse em seu depoimento que há dois outros integrantes da quadrilha no Ceará. Ambos também atuariam como como "pilotos".

J.P.F. se entregou à polícia na noite desta quarta-feira (2) e foi levado para o Instituto Penal Olavo Oliveira 2, na Região Metropolitana de Fortaleza. Olavo Vieira, acusado de convencer os estudantes a participarem do esquema, permanece preso no 5º Batalhão da Polícia Militar do Ceará.

O advogado de Vieira, José Bonifácio Macedo Filho, disse que seu cliente não era responsável por recrutar os "pilotos". "O que foi dito [no depoimento] é que ele conhecia alguns, eram colegas de cursinho, e ele falou para os colegas da possibilidade de ser feito isso [responder à prova do vestibular no lugar de outro aluno] e a turma aceitou", afirmou. Segundo ele, Vieira admitiu ter atuado como "piloto" apenas duas vezes.

Segundo a Polícia Federal no Ceará, o grupo teria atuado em universidades da Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. A PF ainda informou que o casal N. A. C. e A.C., preso no Rio de Janeiro, era quem fazia o contato com os clientes e dava apoio aos "pilotos" quando eles iam responder às provas no Rio.

Operação Vaga Certa

A operação foi deflagrada na manhã dessa segunda no Rio de Janeiro e no Ceará - estados onde estariam as bases da quadrilha. Segundo a PF, a quadrilha recrutava alunos inteligentes aprovados em cursos de grande concorrência para fazer a prova para candidatos já inscritos.

Cada vaga custava de R$ 25 mil a R$ 70 mil. O aluno "piloto", de acordo com a PF, ganhava cerca de R$ 6 mil. A quadrilha também comercializava a transferência de universitários aprovados em universidades particulares para universidades federais e estaduais.

Os alunos "clientes" também estão sendo investigados por crime de fraude no vestibular. Ainda não há prisão decretada contra eles. De acordo com a PF do Ceará, o esquema de compra de vagas nas universidades funcionava desde 2002 e estava sendo investigado há oito meses. Há suspeitas de que foram comercializadas, pelo menos, 50 vagas, boa parte no Estado da Bahia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]