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A Polícia Federal (PF) sinalizou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que já há suspeitas contundentes de que os valores doados por empreiteiras investigadas no âmbito da Operação Lava Jato às campanhas eleitorais eram destinadas ao pagamento de propina. A PF reuniu comprovantes de movimentação bancária, e-mails e registros de entrada na sede da Petrobras que reforçam as suspeitas. Entre os envolvidos que são mencionados nos relatórios da PF como beneficiários estão três senadores: Humberto Costa (PT-PE), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Lindbergh Farias (PT-RJ), que negam as acusações. “Existem elementos iniciais suficientes que indicam a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção”, descreve o documento.

Por causa desses indícios, a PF pediu ao Supremo a prorrogação no prazo das investigações por mais dois meses. Isso porque os investigadores pretendem ouvir novamente o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que devem ser confrontados em uma nova acareação. Os dois firmaram acordos de delação premiada com a Justiça Federal.

Segundo dados da PF, em 2010, a construtora Queiroz Galvão teria repassado R$ 500 mil à campanha de Raupp, quando ele era candidato ao Senado, que foi autorizado por Paulo Roberto Costa.

Costa também afirmou que se encontrou com Lindbergh Farias quando ele também pleiteava a vaga de senador. Na época, ele ainda era prefeito de Nova Iguaçu e teria pedido R$ 2 milhões para a campanha. O ex-diretor da Petrobras teria repassado o valor por meio de Youssef, que negou envolvimento neste caso.

O ex-diretor ainda teria viabilizado repasses de recursos ilícitos para a campanha eleitoral de Humberto Costa. Segundo os registros de entrada no prédio da Petrobras, Mario Beltrão, que seria amigo do senador, foi recebido por Paulo Roberto. Além disso, a PF encontrou registros de diversos compromissos na agenda oficial de Paulo Roberto em que estão descritos encontros com Humberto Costa e Mario Beltrão.

A Procuradoria Geral da República também reforçou o pedido da PF para estender o prazo das investigações e reunir mais provas. O ministro Teori Zavaski, que é o relator dos processos da Lava-Jato no STF concordou com o pedido e agora a PF tem até o fim de setembro para terminar as diligências.

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