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A Polícia Federal (PF) informou que vai investigar nove grupos empresariais que eram clientes do escritório de advocacia do deputado federal eleito pelo PT, Juvenil Alves, que foi preso na manhã desta quinta-feira, suspeito de chefiar uma quadrilha de crimes financeiros. Ainda de acordo com a PF, serão averiguadas se as empresas Pif Paf, Canechom, Pink Alimentos, Info 2, Mister Micro, Max Computadores, Grupo Moreto, JM Alimentos e Ki Caldo têm ligação com o golpe.

Segundo a PF, os escritórios comandados por Juvenil Alves criavam empresas de sociedades anônimas no Uruguai e na Espanha em nome de "laranjas" para ocultar valores de transações financeiras. Isso permitia que empresários brasileiros mantivessem os bens fora do alcance de possíveis cobranças fiscais e execuções judiciais. O crime é conhecido como "blindagem patrimonial". A Receita Federal calcula que a ação criminosa do grupo pode ter causado um prejuízo de R$1 bilhão aos cofres públicos.

Além de Juvenil Alvez, sete pessoas foram presas em Belo Horizonte, durante a Operação Castelhana. Entre os detidos, está o empresário Avelino Costa, dono da empresa Pif Paf e ex-deputado federal pelo PL. Os outros presos são os advogados Carlos Eduardo Leonardo de Siqueira, Viviane Angélica Ferreira Zica, Cláudio Henrique Caldeira, Hélvio Alves Pereira, Sônia Maria Campos Rios e o empresário Renato Antônio de Melo.

A operação cumpriu 20 mandatos de prisão e 50 de busca e apreensão. Aproximadamente 250 policiais federais, 120 auditores da Receita Federal e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) participam da ação. Além de Minas Gerais, as atividades aconteceram também em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná, em Alagoas e no Distrito Federal.

Os presos são acusados de lavagem de dinheiro, informação falsa em contrato de câmbio, evasão de divisas, sonegação fiscal, estelionato contra a fazenda pública, formação de quadrilha e falsidade ideológica. No total, as penas podem superar 35 anos de reclusão.

O diretor administrativo da Info 2, Vinícius Hanzi, disse que a empresa só vai se pronunciar depois que o departamento jurídico analisar o caso. A Pif Paf informou que só irá se manifestar quando os advogados da empresa tiverem acesso ao inquérito policial. Em nota, a Juvenil Alves e Advogados Associados afirmou que foram surpreendidos com mandados de busca e prisão temporária. Eles disseram que ainda não tiveram acesso ao processo, mas que todas as atividades de seus clientes estão registradas nas juntas comerciais próprias e instituições financeiras.

A Presidência do PT de Minas Gerais decidiu suspender preventiva e temporariamente os vínculos partidários de Juvenil Alves. As outras empresas envolvidas ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

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