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A Polícia Federal de Minas encontrou 11 malas com dinheiro em um avião em que estavam o deputado estadual George Hilton dos Santos, do PFL, e o vereador de Belo Horizonte Carlos Henrique Alves da Silva, do PL, ambos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus. Os dois tiveram que dar esclarecimentos aos policiais e contaram que o dinheiro foi arrecadado como dízimo em cultos no fim de semana no sul do estado e no Triângulo Mineiro. O avião estava o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e seguia de Poços de Caldas. O fato ocorreu no domingo, mas só nesta quarta foi divulgado.

O deputado e o vereador apresentaram declaração da Igreja confirmando o fato e autorizando-os a transportar o dinheiro, que nem chegou a ser contado. Os dois foram liberados com as malas. Foi feito um registro, mas o delegado responsável nem sequer abriu inquérito. O diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, porém, determinou que o flagrante fosse anexado às investigações sobre outro caso envolvendo malas de dinheiro da Universal, ocorrido na segunda-feira em Brasília.

Naquele episódio, o deputado federal João Batista Ramos (SP), então filiado ao PFL, do qual foi expulso no dia seguinte, chegou a ser detido com R$ 10 milhões em sete malas coloridas. Ele estava num jatinho e a explicação foi também de que o dinheiro era de dízimos recolhidos na Universal, da qual João Batista é pastor. A legislação brasileira não proíbe que se transporte dinheiro vivo, à exceção de moeda estrangeira. No caso de Brasília, no entanto, a Polícia Federal se convenceu sobre a legalidade da origem dos recursos e decidiu transferi-los para uma agência bancária, onde estão à disposição da Justiça.

O presidente do PFL de Minas, deputado federal Eliseu Resende, informou que o diretório estadual do partido vai avaliar as semelhanças entre o caso envolvendo o político mineiro e o do deputado João Batista, ocorrido em São Paulo. Já o presidente estadual do PL, deputado federal José Santana, disse que uma comissão será formada para avaliar a possibilidade de expulsão do vereador envolvido.

Nos últimos dias, flagrantes de grandes quantidades de dinheiro transportados em malas nos aeroportos viraram rotina. Na sexta-feira, dia 8, José Adalberto Vieira, assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, líder do PT na Assembléia Legislativa do Ceará, foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando tentava embarcar para Fortaleza com uma bolsa contendo R$ 200 mil. Outros US$ 100 mil estavam escondidos na cueca. A descoberta complicou ainda mais a situação do então presidente nacional do PT, José Genoino, que é irmão do deputado José Nobre. Genoino deixou o cargo no partido no dia seguinte. José Nobre demitiu o assessor e informou não saber o que ele fazia em São Paulo e desconhecer a origem do dinheiro.

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