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O Ministério Público Federal (MPF) jogou a toalha e desistiu de investigar o deputado João Magalhães (PMDB-MG), acusado de envolvimento no escândalo dos sanguessugas. O procurador-geral da República (PGR), Roberto Gurgel, pediu e o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou arquivar o inquérito contra o parlamentar. O pedido foi feito mesmo tendo o empresário Luiz Vedoin declarado, em depoimento à Polícia Federal, que pagou R$ 42 mil em dinheiro para o deputado em troca de ajuda para facilitar os negócios da empresa Planan.

Vedoin, principal alvo da Operação Sanguessuga em 2006, afirmara ainda que o deputado tinha interferido pessoalmente na liberação de R$ 350 mil à cidade mineira de Governador Valadares para aquisição de uma unidade móvel de informática. Em ofício ao STF, o procurador-geral Roberto Gurgel informou que até encontrou indícios de direcionamento e superfaturamento na licitação do município para a compra da unidade móvel da Planan, mas não achou indícios contra o deputado federal.

"Em que pese Luiz Antônio Vedoin ter afirmado que pagou R$ 42 mil ao parlamentar federal em troca de sua influência junto ao ministério das Comunicações para liberação de recursos para o município de Governador Valadares, o que poderia configurar o crime de concussão, não há nos autos documentos que confirmem o repasse da referida verba ao deputado federal João Magalhães, uma vez que a quantia teria sido entregue em dinheiro, estado no local somente o depoente e o investigado", justificou Gurgel, em ofício.

O procurador ainda sustentou que não encontrou prova também de que o parlamentar teria influenciado na liberação de recursos federais para o município mineiro comprar a tal unidade móvel de informática da Planan. A ministra do STF Rosa Maria Weber, relatora do inquérito contra o parlamentar, destacou que havia sim nos autos depoimento de João Magalhães admitindo ter apresentado uma emenda ao orçamento destinando verbas a Governador Valadares e até encaminhado o projeto da prefeitura para o ministério. Havia ainda no inquérito ofício assinado pelo deputado encaminhando a papelada.

Rosa Weber ponderou, no entanto, que não foi encontrado prova do pagamento da propina. E como o titular da investigação, o Ministério Público Federal, pedia o arquivamento do caso, seguindo a jurisprudência do STF, ela concordou com o encerramento da apuração. O inquérito só será reaberto se surgir algum fato novo.

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