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Enquanto os senadores tucanos Alvaro Dias e Flávio Arns tornaram-se figuras carimbadas dos programas Pânico na TV e CQC, Osmar Dias (PDT) evita ser abordado pelos humoristas. "Só dou en­­tre­­vista séria, estou aqui para honrar o meu mandato e não para ser motivo de piada", afirma o pe­­de­­tis­­ta. Ele diz que se sente envergonha­­do pela postura de alguns colegas.

"Tem hora de brincar e a hora de trabalhar. Brincar eu brinco com meus cachorros na chácara, não no Senado", completa. Osmar disse que já foi procurado por Sabrina Sato, do Pânico, mas que deixou claro que não aceita participar de qualquer sátira. "Disse a ela que quando quiser me entrevistar sobre um assunto sério, estou sempre à disposição."

A postura é oposta à do irmão, Alvaro. "Sou um adepto da crítica irreverente, bem-humorada. Isso não é fazer o jogo de quem quer que seja. É saber entrar no espírito da coisa."

O tucano admite, porém, que há situações que fogem do bom senso. Uma semana depois de Eduardo Suplicy usar a sunga vermelha por cima da calça, Sabrina pediu a ele que fizesse o mesmo. "Vai do limite que você impõe. Sabendo brincar, é muito útil transformar o humor em uma forma de politização."

Além disso, os efeitos das participações nos programas são imediatos. "Todo mundo co­­menta, especialmente o público mais jovem", diz Arns. Segundo ele, os humoristas ainda precisam passar por um processo de amadurecimento.

Na Câmara, o perfil das piadas também divide os parlamentares. "Tem gente que entra em uma espécie de vale-tudo pela mídia", diz Abelardo Lupion (DEM). Já Gustavo Fruet (PSDB), que apareceu duas vezes no CQC, é mais brando. "O humor é talvez o me­­lhor instrumento para se chegar ao cidadão que não gosta de político. Além disso, como diria Gramsci (cientista político italiano antifascista), a ironia é o melhor instrumento para destruir um adversário."

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