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Quatro mulheres e três homens vão decidir o destino do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, que matou a ex-namorada e também jornalista, Sandra Gomide. Seis anos depois do crime, ocorrido em agosto de 2000, a defesa do jornalista fez de tudo para postergar o julgamento.

Pimenta Neves é réu confesso e responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima. O processo tem 2.400 páginas, mas não será lido na íntegra e, por isso, o julgamento pode durar menos do que os três dias inicialmente previstos.

Já dentro do Fórum de Ibiúna, onde o julgamento começou nesta quarta-feira, a advogada Ilana Müller apresentou nada menos do que seis pedidos, todos com o intuito de impedir que Pimenta Neves fosse submetido ao júri popular e ao julgamento. Todos foram negados pelojuizDiego Ferreira Mendes, da 1ª Vara Criminal de Ibiúna.

A advogada tentou ainda a alteração na composição dos jurados, por acreditar que um número maior de mulheres entre os jurados pode prejudicar seu cliente. E reclamou da presença da imprensa, argumentando que poderia influenciar os jurados.

Pimenta Neves entrou no fórum pela porta da frente e foi xingado por populares, que o receberam aos gritos de 'assassino'. Durante as duas primeiras horas da sessão, passou a maior parte do tempo com a cabeça baixa e a mão no rosto. Por várias vezes, fechou os olhos.

Sentado diante do jurados numa sala pequena, onde cabem apenas 45 pessoas, o ex-diretor do jornal 'O Estado de S.Paulo' se apresentou ao Tribunal do Júri com a barba por fazer, com aparência de abatido.

Ao juiz, disse que sua profissão é 'aposentado do INSS', se negou a comentar sobre rendimentos e também não quis falar sobre o crime.

- Prefiro me manter em silêncio - afirmou.

Os advogados do jornalista tentarão convencer os sete jurados de que o jornalista não deve ser condenado, pois agiu sob forte emoção, por amor. O motivo do crime foi o fim do romance entre os dois.

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou ainda um outro recurso de última hora - este, feito para evitar que ele saísse preso do Fórum de Ibiúna se condenado. O pedido foi para que ele aguardasse em liberdade todos os recursos cabíveis à Justiça, mesmo depois de receber a sentença.

Desde que confessou o crime e teve prisão preventiva decretada, Pimenta Neves passou apenas sete meses na prisão. Na Justiça, ele obteve hábeas-corpus para aguardar o julgamento em liberdade.

Depois de iniciado o julgamento, os jurados não podem sair do recinto e ficam isolados do público, sem acesso a jornais, internet ou televisão, e sem comunicação com a família.

Dos lugares da plenárias, 10 foram reservados para veículos de imprensa (que irão se revezar dentro da sala), 10 destinados a familiares e outros 20 sorteados para o público. O julgamento só será interrompido por ordem do juiz, o que pode ocorrer a qualquer hora.

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