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“Sabemos todos que o jogo político muitas vezes se vale do bom jornalismo para tentar manchar biografias limpas.” Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento | Antônio Cruz/ ABr
“Sabemos todos que o jogo político muitas vezes se vale do bom jornalismo para tentar manchar biografias limpas.” Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento| Foto: Antônio Cruz/ ABr

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem que está "tranquilíssimo" sobre as denúncias de favorecimento a empresas privadas, das quais vem sendo alvo nos últimos dias. Antes de entrar numa reunião com sua colega argentina, Débora Giorgi, em Buenos Aires, onde desembarcou no fim da manhã, Pimentel tentou evitar o assunto.

"Já falei o suficiente sobre isso. Já dei as explicações que tinham de ser dadas e eu tenho certeza de que esse episódio está superado", disse Pimentel, ao responder sobre a reunião que manteve quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff. Pimentel afirmou "que não há necessidade" de ir ao Congresso para prestar depoimento sobre as denúncias. Mas ressalvou: "Evidentemente, se o Congresso convocar eu tenho de ir porque a obrigação dos ministros é atender às convocações do Congresso".

O ministro é suspeito de tráfico de influência após a revelação de que sua empresa de consultoria P-21 prestou serviço a empresas com ligações com a prefeitura de Belo Horizonte.

Pimentel montou a empresa após deixar o cargo de prefeito, em 2009, e desligou-se dela ao tomar posse no ministério, no início do ano.

Carta

Frustrado pela persistência das denúncias sobre as atividades de sua empresa de consultoria e so­­­­bre os contratos assinados em sua gestão na prefeitura de Belo Hori­­­zonte, Fernando Pimentel criticou abertamente o "jogo político pesado" que estaria sendo realizado contra ele. Em carta divulgada em seu site, Pimentel não cita nomes, mas insinua que adversários alimentam uma campanha contra ele.

Foi a primeira manifestação pública do ministro sobre as suspeitas de que ele seria alvo de "fogo amigo" de setores do PT mineiro descontentes com suas articulações políticas ou de nomes do PSDB que tentariam enfraquecê-lo. Petistas e tucanos, que integram uma aliança política na capital mineira, atribuem uns aos outros a autoria das denúncias.

"Os fatos que apresentei e as explicações que prestei (…) são acachapantes, não a onda de suspeições que acaba emergindo em meio a um jogo político pesado", escreveu o ministro. "Sabemos to­­­dos que o jogo político muitas ve­­­zes se vale do bom jornalismo para tentar manchar biografias limpas".

Aécio

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) chamou de "balela" a disposição da presidente Dilma de investigar irregularidades no governo, mas poupou o ministro Fernando Pimentel.

"Fazer uma consultoria, por si, não é crime. Vai caber a ele ter a capacidade de esclarecer. Temos de dar a ele esse crédito para esclarecer", disse Aécio.

O senador oposicionista chamou Pimentel de "parceiro importante" e disse que mantém com o ministro uma relação cordial e de respeito.

Minas

Pimentel também recebeu apoio ontem do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB). "Pelas informações que tenho, mantenho muita confiança no ministro Pimentel, que, além de tudo, é mineiro e um amigo", disse Anastasia. "Mas essa questão de ministro de Estado, a competência é exclusiva da presidente da República."

O ministro e o governador são aliados na política local de Minas Gerais. A ala comandada por Pimentel no PT mineiro costurou junto ao PSDB de Anastasia e do senador Aécio Neves a aliança que elegeu, em 2008, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). O acordo frustrou a ala petista que pretendia lançar a candidatura do então ministro de Desenvol­­­vimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e rachou de vez o diretório local do partido.

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