
Diante dos rumores de que a presidente da Petrobras Graça Foster será demitida do cargo, o Planalto e a estatal montaram ontem uma ofensiva para protegê-la das acusações de que ela saberia das denúncias de irregularidades na empresa antes de elas virem à tona.
Em nota, a Petrobras disse que Graça não foi informada sobre irregularidades na Petrobras pela gerente da estatal Venina da Fonseca em 2009 e 2012, mas somente em novembro deste ano. Na semana passada, reportagem do jornal Valor Econômico informou que Venina, que foi gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, notificou Graça por meio de e-mails sobre pagamentos indevidos feitos pela estatal já em 2009, quando a atual presidente da Petrobras ocupava a Diretoria de Gás e Energia. Venina alega que voltou a enviar mensagem a Graça após ela ter assumido o comando da empresa, em fevereiro de 2012.
Em outra frente, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que não há "acusação formal" contra Graça Foster, mas sim "pessoal". O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que não há indícios contra a presidente da Petrobras que justifique o afastamento dela da direção da estatal. Além das acusações de Venina, na semana passada o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu que toda a diretoria da empresa fosse substituída.
Já a presidente Dilma Rousseff evitou ontem falar sobre a possibilidade de Graça Foster sair do cargo. Ao final de uma cerimônia em Brasília, Dilma foi questionada sobre o assunto pelos jornalistas e disse que não iria falar .
Inevitável
Apesar das declarações em defesa de Graça Foster, nos bastidores da política e entre agentes do mercado a saída da presidente da estatal é vista como inevitável principalmente após a forte desvalorização das ações da estatal na bolsa. Nomes de possíveis substitutos já começaram a ser cotados. Um deles, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, negou ontem que tenha sido convidado pela presidente Dilma para assumir a presidência da Petrobras.



