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Um ano antes do período eleitoral, a campanha de bastidores já começou para boa parte de profissionais que trabalham com eleições. Os planejadores de campanha estão a postos para iniciar estratégia para garantir vitória nas urnas em 2006.

A estratégia desses profissionais é consolidar uma base eleitoral com antecedência ao invés de tentar fazer com que o candidato apareça com destaque no meio de centenas que disputam o voto nos três meses de campanha, previstos no calendário eleitoral.

Os planejadores começam agora a mapear os locais de votação, visitar as regiões e discutir com a comunidade os principais anseios. "Concentramos esforço nesses bairros ou cidades escolhidas onde acreditamos que conseguiremos fazer mais votos", diz José Lauter, planejador de campanha. Como conseqüência, a campanha fica mais barata do que concentrar as atividades em apenas três meses, anteriores à votação. Na estimativa de Lauter, mesmo com a antecedência do início da campanha, os custos do voto caem pela metade. Lauter trabalhou, entre outras, para as campanhas para vereador de Fábio Camargo (PFL) e de deputado estadual de Mauro Moraes (PL).

Gerson Guelmann, que foi peça importante na coordenação das campanhas de Jaime Lerner para prefeitura e governo, diz que se o pretendente a candidato não tem mandato, precisa visualizar qual é sua base eleitoral muito antes do período de convenções partidárias, em junho do próximo ano. Se é do movimento sindical ou líder comunitário precisa começar conversar com a categoria ou a comunidade antes do processo eleitoral. Se vai disputar voto em várias cidades, deve percorrer as regiões do estado de forma constante já um ano antes. "Ele pode começar a reunir a base de apoio na casa das pessoas, priorizar a conversa pessoal", aconselha Guelmann.

Já aqueles que têm mandato, começaram a campanha assim que tomaram posse, continuando em contato com as bases eleitorais. "Vivem da campanha de atacado e também de varejo", diz Guelmann.

Como a escolha de candidato a cargos majoritários depende da composição dos partidos, a campanha antecipada é feita, normalmente, por candidatos a cargos proporcionais (vereadores e deputados). Neste período anterior à campanha, os gastos maiores são com o deslocamento do candidato para as bases. "Material de campanha ainda não tem, mas pode ser preparado um material para mala direta para iniciar o trabalho", diz Guelmann.

O sistema de Lauter, além dos deslocamentos do candidato, inclui equipes de jovens politizados para, a partir de agosto deste ano, começarem a passar de porta em porta divulgando os feitos do futuro candidato. Ele treina as equipes e distribui quatro pessoas em uma área em que se estima conseguir 5 mil votos. Se o futuro candidato tem mandato, a equipe divulga os projetos e ações dele. Se não tem, fala do trabalho comunitário e da atuação profissional. "A forma tradicional de campanha é a mídia, com exposição na tevê. Mas isso não define voto, apenas torna a pessoa mais conhecida", dis Lauter.

Custos

Para os dois, o maior problema de fazer campanha só nos três meses do calendário eleitoral é o alto custo. "As campanhas estão cada vez mais caras", diz Guelmann que avalia que o único jeito de projetar um candidato em cima da hora é com o esquema "trem pagador". Muito dinheiro para poder aparecer no meio da multidão de candidatos.

Uma campanha para deputado estadual pode ser quase milionária. A estimativa dos organizadores é que para ser eleito para a Assembléia Legislativa, o candidato deve fazer entre 35 mil a 40 mil votos. O custo calculado é de, em média, R$ 20 por voto, o que dá o valor total de R$ 800 mil de campanha. Para deputado federal, esse valor pode dobrar.

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