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Dentre as 12 subsedes da Copa de 2014, Curitiba é a que menos tem investimentos programados – cerca de R$ 703,4 milhões, de um total de R$ 23,3 bilhões, conforme levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Isso porque a cidade é a que menos precisa de intervenções e obras. Mas isso não significa que tudo corra às maravilhas – muito pelo contrário.

As obras de mobilidade urbana ainda não tiveram início, assim como em outras capitais brasileiras. A Caixa Econômica, principal agente financiador, informou que os valores já estão contratados (veja mais no infográfico ao lado). Também não houve avanços na construção do novo terminal de passageiros do Aeroporto Afonso Pena. Há R$ 42 milhões previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a obra. E a terceira pista de pousos e decolagens só ficará pronta em 2018.

Para o professor Ramiro Gonçalez, da FIA/USP e UFPR, algumas prioridades de investimento são questionáveis. Ele cita o exemplo da ampliação do estacionamento do aeroporto, que está em curso. "Vamos ter mais lugares para carros, mas não há slots para voos internacionais. Muitas capitais já têm, mas Curitiba não tem ligação direta com o exterior."

Além disso, Gonçalez diz que o governo estadual deveria se preocupar com a rodoferroviária. "Onde ficarão os ônibus fretados que virão para a cidade? E não temos hotel, nem segurança", observa. Ele ressalta que a Copa do Mundo cria uma grande oportunidade de melhorar a vida da sociedade, mas é preciso planejar melhor. "A Copa nos pressiona a privatizar os aeroportos, a ter mais eficiência na mobilidade das cidades e a aumentar o número de táxis nas ruas. É uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida."

Estádio

Ainda há o risco de a capital paranaense ficar de fora da Copa do Mundo. Com a revisão dos investimentos necessários para conclusão da Arena da Baixada – o custo pulou de R$ 135 milhões para R$ 175 milhões –, ainda não se sabe como o empreendimento será financiado. O Atlético-PR não quer bancar o valor extra, e o poder público não pode injetar dinheiro em obra privada. "Isso seria transferência de renda, não pode. Nem faz sentido colocar dinheiro público em um evento desses, que vai gerar lucros para a Fifa", observa Gonçalez.

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