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João Santana é transferido para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba | Henry Milleo/Gazeta do Povo
João Santana é transferido para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Uma nova planilha descoberta pela Polícia Federal em busca e apreensão em endereço da Odebrecht identificou a realização de novos pagamentos para João Santana no valor de R$ 21,5 milhões, entre 30 de outubro de 2014 e julho de 2015. Os repasses ocorreram logo depois das eleições de 2014 e e se estenderam em meio à Operação Lava-Jato.

Os novos documentos foram anexados nesta manhã de quinta-feira (3) ao pedido de prorrogação da prisão do marqueteiro e de sua mulher, Mônica Santana, que estão detidos há dez dias na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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Na planilha, são identificados repasses a “feira”, nome que executivos da Odebrecht usavam para se referir a João Santana, de acordo com a força tarefa da Lava-Jato. Ao lado dos valores e da menção a “feira”, eram também inseridos codinomes, como “pitanga”, “bacalhau”, “macaxeira” e “beiju”.

Para a polícia, são “indicativos de tratar-se de operações à margem da contabilidade da empresa, buscando ‘mascarar’ pagamentos não contabilizados de forma oficial”.

Os pagamentos teriam sido realizados em parcelas de R$ 500 mil e R$ 1 milhão.

“É possível que muitos outros pagamentos tenham ocorrido em períodos anteriores ou posteriores ao documento arrecadado”, escreveu a PF no pedido de conversão da prisão de Santana e sua mulher em preventiva

Na última sexta-feira (26), ao pedir a primeira prorrogação da prisão do casal, a PF já havia mencionado trecho de uma planilha impressa em papel com menção de pagamento da Odebrecht no valor de R$ 4 milhões a “Feira”. O documento estava na casa de Maria Lúcia Tavares, funcionária da Odebrecht presa na última fase da operação e libertada nesta quarta-feira (2).

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A força tarefa da Lava-Jato não conseguiu ter acesso ao sistema onde a tabela foi gerada e impressa, que os investigadores acreditam se tratar de contabilidade financeira paralela da Odebrecht. Os pagamentos, em reais, teriam ocorrido no período em que Santana trabalhava para a campanha presidencial de Dilma Rousseff de 2014.

Em petição levada à Justiça Federal na quarta, a defesa de João Santana e Mônica pediu a revogação da prisão, sob a argumentação de que todo o dinheiro recebido por eles em contas no exterior ou no Brasil seria fruto de trabalho de comunicação realizado para campanhas, sem que soubessem a origem do dinheiro.

Na quarta-feira, a reportagem perguntou à Odebrecht se a empresa realizou pagamento para o casal Santana no Brasil, em dinheiro, e fora da contabilidade oficial de campanhas. Perguntou também o significado do termo “feira” nas anotações de Marcelo Odebrecht e documentos apreendidos na empresa.

Por meio da assessoria, a Odebrecht informou que “não se manifesta sobre fatos que envolvem inquérito em andamento”.

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