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Eleições 2010

PMDB do Paraná diz não à adesão da sigla à candidatura de Dilma

Governador Requião lança, junto com o senador gaúcho Pedro Simon, campanha para que o partido tenha candidato próprio à Presidência da República

Requião e Simon: amigos. | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Requião e Simon: amigos. (Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo)

Na contramão da direção nacional do PMDB, no Paraná os principais integrantes da legenda lançaram ontem um movimento a favor da candidatura própria à Presidência da República. O anúncio foi feito pelo próprio governador Roberto Requião e sinaliza que os peemedebistas paranaenses não vão aceitar passivamente a aliança entre o PMDB e o PT em torno da candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, a petista Dilma Rousseff. Amanhã, as direções nacionais do PMDB e do PT devem selar, junto com o presidente Lula (PT), o acerto entre os dois partidos.

Os peemedebistas paranaenses, porém, pretendem trazer a Curitiba, no dia 15 de novembro, integrantes da sigla de todo o país para mobilizar a ala do partido que é contra alianças no primeiro turno da eleição.

O senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) também defendeu ontem, em Curitiba, a candidatura própria do partido, embora reconheça que as chances de a tese avançar são pequenas porque o grupo que costura aliança com o PT tem a "máquina na mão e cargos importantes" no governo federal. Além disso, o PMDB ocupa sete ministérios e presidências de estatais.

Mas Simon, mesmo assim, defende a candidatura própria. "Numa eleição de dois turnos, cada um tem de mostrar suas ideias", disse ele. Segundo o senador gaúcho, que veio ao estado para receber o título de cidadão honorário do Paraná concedido pela Assembleia Legislativa, o partido tem três pré-candidatos a presidente: o governador do Paraná, Roberto Requião; o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto.

O senador criticou ainda a direção nacional do PMDB por não cumprir o que ela própria havia determinado anteriormente. Ficou acertado que os estados deveriam realizar encontros regionais sobre as eleições 2010 e o resultado seria discutido numa reunião nacional. "Mas agora o comando do partido quer fazer o contrário, decidir para depois se reunir", afirmou Simon.

Além do PMDB paranaense, em pelo menos outros sete estados, os integrantes do partido têm forte resistência à coligação nacional com o PT: Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.

Tucanato

Em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) quer apoiar o tucano José Serra para a Presidência. Requião disse que conversou com Quércia no fim de semana e expôs sua posição divergente. "Apoiar o Serra hoje seria a mesma coisa que partir para um acordo sem programa. Apoiar o Serra por quê? É lindo o Serra? É mais bonito que a Dilma? É melhor que os candidatos que o PMDB pode ter? É mais engraçadinho do que o Ciro Gomes? Não é por aí", declarou o governador.

Requião defendeu ainda que o PMDB elabore um programa de governo para o Brasil antes de tratar de coligações. Embora tenha declarado ser um "lulista", o governador discorda da política econômica do presidente. "É que nós precisamos, ao invés do que acontece hoje, um governo que privilegie o trabalho e o capital produtivo e que deixe de prestigiar o capital vadio e financeiro. É um bom começo para discutir um programa para o país", afirmou Requião.

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