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Depois da prisão do traficanteJoão Rafael da Silva, o Joca, um dos chefes do tráfico de drogas na favela da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio, preso no Aeroporto de Fortaleza, Ceará, no domingo (22), a cúpula de inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Seseg) retoma as investigações para localizar outros dois "tubarões" do tráfico: Antônio José de Souza Ferreira, o Tota, e Márcio da Silva Lima, o Tola.

A dupla Tota-Tola foi objeto das maiores operações realizadas pela polícia nos últimos meses. Eles estão entre os dez criminosos mais procurados do estado. No entanto, apesar das apreensões de armas e drogas feitas pela polícia, os agentes ainda não conseguiram sequer chegar perto desses criminosos. A Seseg espera que, como no caso de Joca, denúncias anônimas ajudem a localizar os esconderijos dos dois traficantes.

O Disque-Denúncia aumentou de R$ 2 mil para R$ 10 mil a recompensa paga por informações que levem à prisão de Tota. Agora, eles estudam um valor para localizar Tola (A foto dele não foi divulgada). No total, são pelo menos dez chefões do tráfico procurados.

Traficante conseguiu escapar de megaoperação

Em junho, a polícia realizou uma das maiores operações de combate ao tráfico no Rio com 1.350 policiais civis e militares e agentes da Força Nacional de Segurança (FNS) no Alemão. O conjunto de favelas, no subúrbio do Rio, formado pelas comunidades Grota, Fazendinha e Nova Brasília, seria, de acordo com informações da Subsecretaria de Inteligência (SSI), chefiado por Tota.

Ele também estaria à frente do tráfico nos morros do Caramujo e do Céu, localizados no município de Niterói, na Região Metropolitana. No Alemão, houve intensa troca de tiros e pelo menos 19 pessoas morreram. Tota não foi preso.

Delegado experiente, que já integrou o setor de inteligência da Polícia Federal ao coordenar a Missão Suporte no combate ao crime organizado, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, conhece o peso dos dois criminosos desde que analisou um levantamento feito por agentes de sua antiga casa, a PF, pouco antes de assumir a pasta na secretaria, em novembro de 2006. E, por isso, não tem poupado investimentos na tentativa de capturá-los. Mas, até agora, não conseguiu fisgá-los.

Quadrilha teria pelo menos 30 fuzis

A quadrilha de Tota seria formada por aproximadamente cem homens e teria um arsenal que contaria com pelo menos 30 fuzis, além de diversas pistolas e revólveres.

Para recuperar o prejuízo causado pelas ocupações policiais nas favelas dominadas por sua quadrilha, Tota costuma usar seus homens para roubar cargas de eletroeletrônicos, carros e em outras atividades criminosas. A polícia chama essa modalidade de "clínica geral".

Vaidoso, Tota já recorreu a uma cirurgia de redução de estômago para perder peso. Emagreceu quase 40 quilos. Com sua liderança, ganhou espaço dentro da maior facção criminosa do Rio e passou a montar uma espécie de força de choque com homens bem armados para socorrer os aliados em casos de invasão de favelas pelos inimigos.

Até há pouco tempo, comandava do Alemão a distribuição de drogas para as outras favelas aliadas. Segundo a polícia, vendia mais de dez mil papelotes de cocaína por semana. Da favela, a droga já saía embalada, para evitar eventuais perdas com desvios de empregados dependentes. Garantia, também, o controle exato da quantidade de cocaína e maconha que era colocada à venda nas bocas-de-fumo.

Sandra Sapatão é uma das procuradas

Já o traficante Tola estaria, segundo as investigações, à frente da quadrilha da favela da Coréia, em Senador Camará, na Zona Oeste, onde a polícia realizou operação na quinta-feira (18) . A ação deixou 12 pessoas mortas – entre elas, uma criança de quatro anos e um policial- durante confronto com traficantes. Tola conseguiu escapar.

O Disque-Denúncia também oferece recompensa de R$ 2 mil por informações que levem à prisão dos criminosos Renato Gonçalves Teixeira , o Enoc, acusado de comandar o tráfico em três favelas de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele também é acusado pela polícia de já ter realizado mais de 30 assaltos a residências e estaria envolvido em roubos de veículos no bairro de São Francisco, em Niterói, além de cometer diversos seqüestros-relâmpagos.

Outra procurada pelo mesmo valor é Sandra Helena Ferreira Gabriel, conhecida como Sandra do Jacarezinho ou Sandra Sapatão. Segundo denúncias, Sandra lideraria o tráfico de drogas na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, junto com André Anchieta Duarte, o Menininho, Paulo Sérgio Omena Santos, o Magrinho e o criminoso apelidado de Lampião.

Há seis mandados de prisão contra Sandra e a maioria dos processos que responde é por assalto a mão armada, seguido de associação ao tráfico e formação de quadrilha.

O telefone do Disque-Denúncia é (21) 2253-1177.

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