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Ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) está entre os suspeitos do esquema investigado pela Operação São Cristóvão | Elza Fiuza/Agência Brasil
Ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) está entre os suspeitos do esquema investigado pela Operação São Cristóvão| Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (19) a Operação São Cristóvão, que investiga suposto esquema de desvio de ao menos R$ 20 milhões do Sest (Serviço Social do Transporte) e do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), entidades sem fins lucrativos de apoio a trabalhadores do setor de transportes.

Em segredo de justiça, a investigação -feita em parceria com o Ministério Público do DF e de Minas Gerais- prevê a prisão de cinco pessoas e a condução coercitiva de outros 24 envolvidos, além de 21 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Minas Gerais.Entre os suspeitos, está o ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG), vice do presidenciável Aécio Neves no primeiro mandato do governo do tucano em Minas Gerais, entre 2003 e 2006. Clésio atualmente apoia o governo Dilma Rousseff.

O ex-senador também é acusado de participar do mensalão tucano. Ex-sócio da SMPB e do publicitário Marcos Valério, ele responde pelos crimes de peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro em desvio de verbas de publicidade para o financiamento da campanha de Eduardo Azeredo, de quem foi candidato a vice em 1998. Acabaram derrotados no pleito.

Alegando problemas de saúde, Clésio renunciou o mandato de senador em julho deste ano, o que gerou o envio do seu processo para a primeira instância em Minas.

O nome de Clésio aparece na lista de alvos que deverão ser conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos no caso Sest/Senat nesta sexta. Em Minas, há dois mandados de busca e apreensão, um deles na casa do ex-senador. Policias e integrantes do Ministério Público já estão no local, mas ainda não o encontraram. O resto do cumprimento das decisões judiciais está acontecendo em Brasília.

Segundo parte da investigação ao qual a reportagem teve acesso, os envolvidos são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os desvios milionários aconteciam, de acordo com a polícia, após a contratação de prestadores de "serviço de fachada", ligados a parentes dos investigados.

As suspeitas são de que o esquema acontece há ao menos cinco anos. Todavia, os investigadores apontam o desvio de R$ 20 milhões entre os anos de 2012 e 2013. Apenas nos primeiros meses de 2012 uma das investigadas sacou 4,5 milhões em espécie.

Nas investigações, a CGU (Controladoria Geral da União) apontou 23 funcionários do Sest e Senat que apresentaram, em 2012, remuneração anual acima de R$300 mil, valores considerados superiores aos das remunerações das duas entidades. A CGU também apontou pagamentos milionários para trabalhadores autônomos, parentes dos investigados.

Segundo as investigações, houve a abertura de um fundo de previdência de um investigado em 2011, com R$ 400 mil vindo de uma conta do Sest.

O Sest e o Senat foram criados em 1993 para apoiar trabalhadores do setor de transporte com ações nas áreas de saúde, cultura, treinamentos e formação. Desde então, são administradas pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), comandada por Clésio até abril deste ano. A reportagem não conseguiu contato com o advogado do ex-senador na manhã desta sexta.

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