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Camelôs da região do Brás, zona leste da capital, entraram em confronto na manhã desta sexta-feira com guardas civis metropolitanos e policiais militares. O tumulto ocorreu em diversas ruas do bairro, que é um dos principais centros de comércio popular da cidade. Diversas lojas foram obrigadas a fechar suas portas. Telefones públicos e entulhos foram usados pelos camelôs para montar barricadas nas ruas e impedir a circulação de carros, complicando o trânsito na região.

A Prefeitura promete manter a fiscalização nesta sexta-feira, impedindo que os camelôs irregulares montem suas barracas. A PM e a Guarda Civil estão de prontidão. Comerciantes temem novos confrontos.

A polícia civil e militar reprimiu com vigor o protesto, usando bombas de gás lacrimogêneo e até tiros. Os manifestantes respondiam com paus, pedras e telhas, entre outros objetos. Uma bomba caseira chegou a ser lançada embaixo de um veículo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), sem maiores conseqüências. O tumulto durou cerca de três horas. À tarde, poucas lojas abriram as portas.

Como saldo da confusão, 18 pessoas foram presas, três ficaram feridas e nove ônibus foram apedrejados. Das pessoas que foram detidas, 16 serão autuadas por formação de quadrilha, incitação à violência, constrangimento ilegal e resistência à prisão, e permanecerão presas no 12º Dsitrito Policial de Pari.

O tumulto teria começado porque a Prefeitura teria desrespeitado um acordo firmado na segunda-feira, que previa a não-retirada das barracas da região. Segundo o sindicato dos camelôs, os guardas municipais chegaram por volta de 9h30m na Rua do Oriente e começaram a recolher algumas barracas, cumprindo ordem da Prefeitura, que pretende revitalizar o Largo da Concórdia e retirar os ambulantes da região. A Guarda Civil Municipal afirmou que não quebrou o contrato, mas apenas fiscalizou 16 barracas que vendiam produtos irregulares. No mesmo momento, alguns ambulantes passaram a caminhar pelas ruas e mandar os lojistas fecharem as portas porque haveria manifestação.

- A Polícia Militar veio para manter a ordem e garantir que os lojistas, que pagam seus impostos, pudessem trabalhar normalmente. Não tivemos confronto, apenas limpamos a área - afirmou o coronel da PM no Centro, Antônio Carlos Rodrigues.

O trânsito na região do Brás ficou bastante prejudicado. O protesto atingiu as ruas Ministro Firmino, Saião Lobata, Oriente, Maria Marcolina, Barão de Ladário e Monsenhor Andrade, que ficaram fechadas durante todo o episódio.

Os cerca de 5 mil ambulantes que atuam na região do Largo da Concórdia, boa parte deles irregular, estão na mira da Prefeitura. No domingo, uma blitz da Subprefeitura da Mooca retirou dezenas de barracas irregulares do local. Um batalhão de mais de 100 homens, entre fiscais e policiais, participou da operação.

A operação começou um dia antes, quando a Eletropaulo esteve no Largo da Concórdia e desligou pontos de ligação clandestina de energia elétrica, os chamados 'gatos'. No domingo as barracas foram destruídas. O trabalho foi feito numa operação conjunta da Subprefeitura Mooca, Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Polícia Militar. Em meio ao emaranhado de madeiras, lonas e ferragens, os fiscais da prefeitura encontraram uma pequena praça, com canteiro e bancos, escondida por conta da invasão dos ambulantes. A grande quantidade de madeira e lona retiradas foi suficiente para lotar pelo menos 50 caminhões da Prefeitura.

A Subprefeitura da Mooca pretende revitalizar o Largo da Concórdia e recuperar o espaço verde da área, que já é pequeno. O tamanho padrão das barracas legalizadas no Largo da Concórdia é de dois metros de cumprimento por um de largura. As barracas de camelôs com TPU (Termo de Permissão de Uso) foram mantidas, mas as que aumentaram o espaço de forma irregular foram parcialmente destruídas.

Na segunda-feira, os ambulantes fizeram um protesto nas ruas do Brás, com passeata e apitaço, pra protestar contra a retirada das barracas.

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