• Carregando...

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (29) uma operação para desbaratar uma quadrilha de doleiros especializada em operações ilegais de câmbio e remessas de divisas para o exterior. Inicialmente, a PF divulgou a apreensão, durante a operação, de cerca de US$ 30 milhões em várias moedas (como dólares americanos, dólares canadenses e euros). Após recontagem, chegou-se ao valor de R$ 22 milhões.

O dinheiro foi encontrado na filial pernambucana da empresa Brinks Segurança e Transporte de Valores. A reportagem entrou em contato com o gestor da empresa em Recife, que disse que não estava autorizado a responder sobre o assunto. Na matriz da firma, em São Paulo, ninguém foi localizado para comentar a apreensão.

Três pessoas foram presas e outras cinco foram levadas para prestar depoimento nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A operação teve como foco empresas particulares e casas de câmbio nesses Estados.

A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos sob justificativa de "não prejudicar o andamento das investigações".As transações da suposta quadrilha eram feitas pelo sistema de dólar-cabo, de remessa de divisas para instituições financeiras no exterior sem o conhecimento da Receita Federal e do Banco Central.A PF diz que os doleiros também operavam um sistema de câmbio paralelo que permitia transações em espécie sem ciência de órgãos fiscalizadores.

O objetivo seria ajudar empresários do ramo de importação a pagar fornecedores no exterior sem registro da Receita, para subfaturar as importações e reduzir valor de impostos devidos ao Estado.

O superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, disse que no momento não há indícios que apontem que as remessas ilegais fossem usadas para abastecer campanhas eleitorais."As investigações ainda vão seguir com as novas provas apreendidas, mas até o momento não há nada que indique isso", disse Cordeiro.

Segundo as investigações, os doleiros tinham atuação em PE, RN, RJ e MG e inserção em países como Itália, China, Inglaterra e Portugal. A operação da PF, chamada de Grande Truque, foi iniciada em 2010. Os crimes investigados são de evasão de divisas (até seis anos de reclusão), instituição financeira clandestina (até quatro anos), lavagem de dinheiro (até dez anos) e associação criminosa (três anos de detenção).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]