Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal, realizada em três estados, prendeu seis acusados de um esquema de comércio ilegal de diamantes. As pedras eram extraídas de garimpos clandestinos e vendidas para a Europa e Israel.
A Polícia Federal cumpriu 40 mandados de busca em empresas e residências de luxo de Belo Horizonte. Carregamentos milionários de diamantes, brutos e lapidados, foram apreendidos. A fortuna, ainda não estimada pela Polícia Federal, foi encontrada na casa da terceira maior exportadora de pedras preciosas do Brasil.
A polícia prendeu Viviane Albertino Santos, acusada de fazer parte da quadrilha que contrabandeava pedras para Israel, Alemanha e, principalmente, para a Bélgica.
De acordo com a Polícia Federal, os diamantes eram extraídos em garimpos clandestinos de Minas, Mato Grosso e Rondônia. Também há a suspeita de que as pedras eram trazidas da África. No Brasil, elas recebiam um certificado ilegal do Departamento Nacional de Produção Mineral, para serem vendidas na Europa.
O documento, que atesta a origem dos diamantes, é obrigatório para a exportação. Entre os presos está Luis Eduardo Machado Castro, que é chefe do departamento em Minas Gerias.
Um dos pacotes apreendidos tem um certificado com a assinatura dele. O material ia ser exportado por US$ 750 mil, cerca de R$ 1,6 milhão.
- Foi identificado que ele era um dos responsáveis pela falsificação desse documento - informou o delegado Alexandre Leão.
Três pessoas estão foragidas. Entre elas, Hassan Ahmad, apontado como chefe do esquema. Hassan tem passaporte belga e é dono de uma empresa exportadora de pedras preciosas. Segundo a polícia, a quadrilha tinha ainda ligações com outros grupos na Europa.
- Há indícios no início da investigação de que a organização funcionava para financiar o terrorismo - revelou o procurador da República, Patrick Martins.
O Ministério Público não revelou quais organizações terroristas teriam ligações com a quadrilha e explicou que essa suspeita foi levantada por causa da grande movimentação de dinheiro. Seis contas bancárias dos envolvidos estão bloqueadas, no exterior.
O Departamento Nacional de Produção Mineral declarou que não tem conhecimento de fatos que desabonem a conduta do chefe do órgão em Minas Gerais. As emissões de novos certificados para exportação de diamantes foram suspensas. Os lotes de pedras que já receberam certificados também não poderão ser vendidos fora do Brasil.



