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A Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (Dicat), da Polícia Civil de DF, abriu uma investigação para descobrir quem são os PMs que usam a internet para ofender o governador José Roberto Arruda (DEM).

Numa das páginas investigadas, uma fotomontagem do governador sendo torturado. O documento foi entregue à Polícia Militar. Uma sindicância foi aberta e alguns PMs interrogados sobre as imagens e as declarações nas comunidades.

Os policiais que respondem às sindicâncias não querem gravar entrevista. Eles temem sofrer algum tipo de punição pelo Comando da PM. Apenas o corregedor pode falar sobre o assunto, mas ele está viajando.

Orgulho e crítica

Um site de relacionamentos já tem 64 comunidades. Os policiais militares usam a internet para falar do orgulho de fazerem parte da corporação. Também fazem críticas ao governo com desenhos irônicos e brincadeiras com fotos.

Os policiais investigados procuraram o presidente da Comissão de Segurança na Câmara Legislativa. O deputado Cabo Patrício (PT) diz que os colegas agora são monitorados 24 horas por dia.

"É como se fosse um AI-5 no Distrito Federal. Usar o poder do Estado, a polícia investigativa, que é a Polícia Civil, e que a gente sabe que grampeia as pessoas, que faz investigação de alta tecnologia para investigar policiais militares. Quando você entra na vida pública, está sujeito a ter comentários positivos e negativos. Está sujeito a tudo. Você não pode, na democracia, proibir o cidadão de tecer comentários daquilo que ele pensa. É liberdade de expressão", lembra o deputado do PT.

Injúria, difamação

Segundo a Polícia Civil, os autores das críticas podem responder por injúria e difamação caso os ofendidos peçam abertura de inquérito. O governador Arruda disse desconhecer o material e discorda da patrulha na internet.

"Acho isso um absurdo. Todas as pessoas têm o livre direito de se manifestar com respeito, dentro da disciplina militar. Mas tem todo o direito, como cidadão, de fazer críticas e sugestões. Portanto, se houver caso concreto desse tipo, pode me trazer que eu tomo as providências."

Os autores das críticas reclamam dos seus salários - principalmente em relação aos policiais civis - e da atenção dispensada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) à área da segurança pública. Um soldado da PM do DF entra na corporação ganhando aproximadamente R$ 1,5 mil. O piso salarial de um agente da Polícia Civil do DF é igual ao de um policial federal: pouco mais de R$ 5 mil.

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