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Depois de uma semana de assaltos e tiroteios no Rio, policiais reforçam a segurança nas principais vias expressas da cidade, principalmente após o assalto à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie, na noite de quinta-feira, na Linha Vermelha. Além de preocupar os milhares de motoristas que passam pela via diariamente, a violência também tem feito o turista que chega ao Rio procurar caminhos alternativos para deixar o aeroporto. A Embratur calcula que 40% dos estrangeiros que vêm ao país escolhem o Rio como porta de entrada. Com 21 quilômetros de extensão, a Linha Vermelha corta municípios da Baixada Fluminense e vários bairros do Rio. É cercada por 18 favelas.

Durante a madrugada deste sábado a equipe de reportagem do RJTV percorreu a Linha Vermelha e conferiu que a via estava iluminada e com policiamento, inclusive no local onde os ministros foram assaltados. Nesta manhã, havia policiais no Caju, na Ilha do Fundão, em Bonsucesso e perto da Favela da Maré. Na entrada e na saída da Ilha do Governador, PMs faziam uma blitz.

Depois de tantos incidentes violentos, uma tentativa de que o desejo de uma "uma boa viagem" não esteja no caminho só de quem sai do Rio.

A Secretaria de Segurança Pública não quis comentar os últimos episódios de violência na via expressa, como o assalto aos ministros do Supremo Tribunal Federal e o tiroteio nas linhas Vermelha e Amarela.

Violência não tem hora nem local

Ao chegar a Brasília, na tarde desta sexta-feira, Ellen Gracie, afirmou, através do seu assessor de imprensa, que o assalto sofrido por ela na Linha Vermelha poderia ter acontecido em qualquer cidade do mundo. Uma reportagem do jornal "O Globo" deste sábado, no entanto, mostra a vulnerabilidade das vias expressas do Rio de Janeiro a ações de bandidos. Além de assaltos, as linhas Vermelha e Amarela sofrem com outro grave problema de segurança: os tiroteios entre bandidos e policiais. Nesta sexta, menos de 24 horas depois do assalto à ministra, as duas vias expressas precisaram ser fechadas por conta de uma troca de tiros iniciada por traficantes .

A ministra Ellen Gracie e o vice-presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, foram assaltados na noite de quinta-feira pouco depois de terem desembarcado na Base Aérea do Galeão, sendo cercados por cerca de dez ladrões . O ministro Gilmar Mendes disse nesta sexta à noite que temeu ser morto pelos bandidos . O assalto aos ministros voltou a dar visibilidade aos pontos vulneráveis no caminho entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e a Zona Sul. As equipes do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE), que geralmente ficam baseadas nas saídas da Perimetral, não atuaram contra os bandidos.

O comandante do BPVE, coronel Ricardo Pacheco, não quis falar sobre o policiamento nas vias expressas. Já o subcomandante do 22 BPM (Maré), major Marcelo Parrini, explicou que houve reforço na sua área, com 40 homens baseados em dez pontos da Linha Vermelha:

— Houve reforço principalmente nas saídas para o Morro do Timbau, a Vila dos Pinheiros e o Parque Esperança, no Complexo da Maré. Embora o assalto aos ministros tenha ocorrido perto da Perimetral, que não é a minha área, estamos investigando se os bandidos são daqui.

Apesar da existência de um batalhão específico para policiamento de vias especiais, os assaltos têm sido cada vez mais freqüentes . Em agosto, o empresário da moda Fred D’Orey teve um Pajero roubado na Linha Vermelha por dois bandidos armados de fuzis.

A polícia costuma argumentar que o número de ocorrências nessas vias é pequeno, se comparado aos de outros crimes. No entanto, à exceção de roubo de carro, muitos casos de violência não são registrados pelas vítimas. A assessoria da governadora Rosinha Garotinho informou que ela não falaria sobre o assunto.

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