• Carregando...

Três semanas após o tiroteio na Favela da Coréia, em Senador Camará, em que policiais mataram dois supostos bandidos de um helicóptero, uma aeronave da Polícia Civil foi atingida nesta sexta-feira por traficantes durante uma operação do Morro do Adeus , em Ramos. O policial civil Eduardo Henrique de Matos, de 35 anos, levou um tiro na cabeça e morreu, após ser operado no Hospital Souza Aguiar. A operação na Coréia, em que 13 pessoas foram mortas, foi criticada por representantes de entidades que defendem os direitos humanos. Eduardo era atirador de elite e experiente em operações aéreas.

O velório foi realizado na Academia de Polícia, no Centro do Rio, e o enterro, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi ao enterro. O delegado titular da Core, Rodrigo Oliveira, era uma das pessoas mais emocionadas durante o velório. Há três semanas, foi Eduardo quem resgatou Rodrigo durante a operação na Favela da Coréia. Além da família e de amigos, muitos policiais compareceram ao velório da vítima, na Acadepol. Eduardo trabalhava em helicópteros, durante operações da Core, há apenas seis meses.

Tiros vindos do Complexo do Alemão

A aeronave foi atingida por pelo menos três tiros, que teriam vindo do Morro do Alemão, situado em frente ao Adeus. O chefe de Polícia Civil, delegado Gilberto Ribeiro, esteve no hospital para saber notícias do agente. De acordo com Gilberto, um oficial de Justiça pediu reforço de policiais da 21ª DP (Bonsucesso) para cumprir mandados de busca e apreensão.

O delegado da 21ª DP, Aldair Vianna, disse que o oficial tentava apreender um carro de um casal de estelionatários e foi agredido. Ele pediu auxilio aos policiais, que foram até o morro. De acordo com o delegado, o oficial e os policiais foram cercados por traficantes na favela. Foi então pedido reforço à Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que enviou o helicóptero.

- Ficamos encurralados. Muito tiro, mas muito tiro. Tomamos tiros de tudo quanto é lado do morro. Não restou outra alternativa e pedi auxílio do helicóptero Águia. Foi o meio que tinha para nós avançarmos ou sairmos, porque onde estava não podia se mexer - disse o delegado.

Três homens foram mortos pelos policiais

No tiroteio, o oficial de Justiça também teria sido baleado na mão. Três homens, que seriam ligados ao tráfico de drogas, foram mortos. Um grupo de pelo menos 12 pessoas foi detido e levado para a 21ª DP para averiguação. Eduardo chegou no início da noite no Souza Aguiar em estado grave. Ele foi operado, mas não resistiu ao tiro que atravessou a testa.

Durante o confronto, os criminosos atiraram contra o helicóptero e atingiram Eduardo na cabeça. Ele ficou pendurado do lado de fora pelo cabo de segurança. O agente da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core) ainda foi levado para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos.

O helicóptero Águia 1 foi o mesmo usado na operação na Favela da Coréia. Durante a operação na qual Eduardo estava na aeronave, os policiais que estavam no helicóptero perseguiram dois homens que desciam correndo supostamente armados. Os dois foram mortos.

As imagens da operação geraram um debate do governo com representantes do entidades ligadas aos Direitos Humanos que acusaram a polícia de ter executado os criminosos. Leitores do GLOBO ONLINE defenderam a atuação policial. Esta semana, a ONU mandou para o Rio o relator para execuções sumárias e extrajudiciais, que fará um relatório sobre o problema no estado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]