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Transmissão de cargo de Orlando Silva para Aldo Rebelo foi prestigiada por Pelé | Ueslei Marcelino/Reuters
Transmissão de cargo de Orlando Silva para Aldo Rebelo foi prestigiada por Pelé| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ministério deve evitar convênio com ONGs, diz novo titular

Aldo Rebelo disse ontem, após a posse no Ministério do Esporte, que não é inimigo das organizações não governamentais, mas que vai priorizar convênios com órgãos públicos, como prefeituras e governos estaduais, para a execução dos programas da pasta. O novo ministro disse que vai cumprir a determinação da presidente Dilma Rousseff de auditar todos os convênios com ONGs nos próximos 30 dias.

"A primeira coisa que tem que ficar clara é que o ministério e eu não somos inimigos das ONGs. Eu tenho um grande apreço pelas ONGs e pelo seu trabalho. Só que pelo próprio nome são organizações não governamentais. Então a prioridade do governo é outra, é trabalhar com órgãos do governo", afirmou. Segundo Rebelo, a auditoria é uma determinação da presidente e tem de ser feita no prazo estabelecido, sem discussão se é pouco ou muito tempo. O ministro disse que os convênios em vigência serão mantidos, mas que o ministério não fará novos com ONGs.

Segundo Rebelo, a partir desta terça-feira começarão a ser anunciados os nomes que integrarão sua equipe no Ministério do Esporte. Ele afirmou que os nomes não serão necessariamente do seu partido, o PCdoB.

"Nomes que tenham afinidade com o programa do governo, com os objetivos do governo e do ministério, que tenham experiência, capacidade executiva e técnica. Nomes que vamos buscar. Num primeiro momento me debrucei sobre as tarefas imediatas do ministério. A partir de amanhã [hoje] faço o anúncio da mudança que vier a acontecer", disse.

Agência O Globo

Eleição

Orlando diz que deverá ser candidato

O ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou a pasta após denúncias de envolvimento em suposto esquema de desvio de recursos na pasta, afirmou ontem que pretende ser candidato nas eleições de 2012.

"Se tudo der certo, vou ser candidato em 2012", afirmou Silva, filiado ao PCdoB em São Paulo. Segundo ele, o tema foi tratado em conversa com o ex-presidente Lula na semana passada.

"Falei pelo telefone com o presidente Lula no aniversário dele [quinta-feira passada]. Ficamos de depois voltar a conversar. Ele é um conselheiro (...), tem muita experiência política e ele próprio acha que eu posso ajudar. Deixa o presidente enfrentar esse desafio que ele está enfrentando agora e logo em seguida vou poder sentar e conversar."

Folhapress

  • Dilma: irritando as ONGs.

A cerimônia de posse de Aldo Rebelo (PCdoB) como novo ministro do Esporte, ontem, em Brasília, acabou se transformando em um ato de desagravo ao seu antecessor no cargo, Orlando Silva (PCdoB). A troca de comando foi determinada pela presidente Dilma Rousseff na semana passada devido a uma série de denúncias de irregularidades na pasta. Isso não impediu que Orlando Silva ganhasse elogios e presentes durante sua despedida.

O ex-ministro compareceu à transmissão de cargo acompanhado da mulher e da mãe, o que não é parte do protocolo nesse tipo de cerimônia. Orlando Silva foi homenageado pelos servidores do ministério, e ganhou rosas e chocolates. Funcionária mais antiga do ministério, Valdete Pessoa, representando os outros servidores, chamou o ex-ministro de filho e de "cidadão maravilhoso e espetacular". Em seguida, entregou a Orlando um buquê de rosas amarelas e uma caixa de chocolate. A mulher de Orlando, Ana Petta, recebeu uma orquídea.

A presidente Dilma Rousseff, mesmo após decidir pela exoneração do ministro, continuou a elogiá-lo. "Orlando Silva fez um excepcional trabalho. Esse trabalho foi incansável para a preparação do Brasil para os grandes eventos esportivos que sediaremos", afirmou. "Orlando Silva não perde meu respeito, desejo muita sorte na sua cruzada pela verdade." O ex-ministro, em entrevista coletiva na semana passada, afirmou que decidiu deixar o cargo para provar a sua inocência.

Orlando Silva focou seu discurso na defesa do seu trabalho e dos servidores do ministério, principalmente os do Programa Segundo Tempo, alvo de denúncias de sucessivas irregularidades. "Queria cumprimentar os servidores, em especial do Segundo Tempo. Imagino como devem ter ficado quando a dedicação de vocês foi tratada de maneira tão vil e desonesta nos últimos dias", afirmou, em referência a reportagens sobre possíveis irregularidades no programa.

A crise no Ministério do Esporte teve início após a de­­núncia de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista Veja pelo policial militar João Dias Ferreira. Ele e seu motorista disseram em entrevista à revista que o então ministro Orlando Silva recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.

Orlando tem desqualificado o policial militar em entrevistas e afirma que as acusações poderiam ser uma reação ao pedido que fez para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.

Aldo Rebelo, em seu discurso, também saiu em defesa de seu antecessor ao afirmar que ele é "mais que inocente". "Talvez mais que inocente, vítima das consequências da luta social e política", disse o novo ministro.

Partido

A cerimônia também serviu como uma clara demonstração de que o PCdoB pretende continuar dando as cartas no Mi­­­nistério do Esporte. O presidente da legenda, Renato Rabelo, não só estava presente como discursou, algo incomum para um evento do gênero.

Rabelo foi o primeiro a falar durante o evento. Disse que o partido foi vítima de uma campanha "vil e sórdida" e que não vai aceitar as denúncias imputadas à legenda. "O PCdoB levará até o fim a apuração dessa tentativa de nos denegrir", afirmou.

Interatividade

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