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O presidente do PPS, Roberto Freire, nega negociações  para fusão | José Cruz/ABr
O presidente do PPS, Roberto Freire, nega negociações para fusão| Foto: José Cruz/ABr

A disputa pela presidência da Câmara começa a promover uma reengenharia partidária. Insatisfeito com o PT e com o PMDB, o chamado bloquinho, que reúne as bancadas do PSB, do PDT e do PCdoB, ameaça lançar candidato à sucessão do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ao mesmo tempo, setores do PPS e PSDB articulam uma fusão dos dois partidos, fato que aumentaria o cacifes dos tucanos e resgataria o PPS da extinção.

Com uma bancada de 76 deputados, o apoio do bloquinho, que faz parte da base aliada do Planalto, é cobiçado pelos candidatos à presidência Michel Temer (PMDB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI), mas, ao mesmo tempo, os três partidos articulam com outras legendas um nome alternativo para a disputa. Até o DEM está no radar das negociações do bloquinho.

O DEM que esteve, nos últimos anos, na posição privilegiada de aliado com o PSDB, não quer ver o PMDB na presidência da Câmara, de olho nas eleições de 2010. Daí a sua disposição de se aliar ao bloquinho para ter um candidato.

A avaliação do DEM é que o fortalecimento do PMDB reduziria o cacife do partido na aliança eleitoral para a presidência da República. Tanto o PSDB quanto o PT almejam o PMDB como vice na chapa presidencial, depois que o partido cresceu nas eleições municipais.

O bloquinho atribui ao PMDB, e em especial a Temer, a derrota de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para Chinaglia na eleição passada. Foi o apoio de Temer que deu a vitória ao petista. O bloquinho, por sua vez, está ciente que apenas com o DEM não terá forças para vencer o peemedebista e por isso busca conversar com o PSDB e com partidos menores, como o PR e o PP.

Os dois partidos têm nomes já colocados na disputa. Além de Ciro Nogueira, o deputado Milton Monti (PR-SP) está disposto a entrar na corrida presidencial. O objetivo das articulações do bloquinho é atingir em torno de 300 deputados. Um bloco desse tamanho teria o poder de indicar cinco dos sete cargos da Mesa.

Fusão

O PSDB está dividido. Enquanto parte defende o apoio institucional ao maior partido, o PMDB, parte aceita discutir outras possibilidades. Uma eventual fusão do PSDB com o PPS daria mais poder aos tucanos nas articulações. Enfraquecido nas eleições municipais e diante da perspectiva de uma reforma política, a junção com o PSDB seria a forma de sobrevivência do PPS.

O presidente da legenda, Roberto Freire, nega que haja negociações para essa fusão, mas o assunto tem sido debatido internamente no PPS. Essa união entre as legendas teria como subproduto mais influência na disputa da Mesa da Câmara.

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