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O técnico agrônomo Edson Kupka mostra a cancela que teria sido construída pelo prefeito para fechar a estrada que cortava duas propriedades distintas de Olizandro Ferreira | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
O técnico agrônomo Edson Kupka mostra a cancela que teria sido construída pelo prefeito para fechar a estrada que cortava duas propriedades distintas de Olizandro Ferreira| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Outro lado

Olizandro diz que não havia estrada quando comprou a área

O prefeito de Araucária, Olizandro Ferreira (PMDB) nega as acusações feitas pelos vizinhos. De acordo com ele, a estrada não existia em 1998, quando ele comprou a primeira propriedade. O prefeito alega que a via que liga a sede da fazenda e a estrada principal foi construída por ele próprio. Olizandro diz ainda que construiu a estrada que contorna suas fazendas depois do término de seu mandato, por reivindicação dos vizinhos.

Após ter dado essa entrevista, a Gazeta teve acesso ao documento original, no registro de imóveis, em que consta uma assinatura como sendo de Olizandro num mapa indicando a existência da estrada. A reportagem então voltou a procurar o prefeito para esclarecer o fato. Deixou recado no gabinete. Mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.

Obras para água

Antes disso, porém, na entrevista à Gazeta, Olizandro disse que a ligação de água para os vizinhos não foi feita por omissão de outros dirigentes municipais. E garantiu que prefeitura deve começar as obras para levar água à região em cerca de 20 dias. "Eles acham que a água não chegava lá porque não tem essa rua. Não é verdade. A água não chega porque a prefeitura não tinha disposição de fazer, até porque eu moro na região." Olizandro disse ainda que as acusações tem motivação política.

O prefeito de Araucária, Olizandro Ferreira (PMDB), é acusado por moradores de fechar uma estrada rural do município para benefício próprio. A estrada cortava duas propriedades suas e teria sido fechada em 2006. Na época, Olizandro estava em seu primeiro mandato como prefeito da cidade, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele foi eleito novamente no ano passado.

Segundo moradores da região do Botiatuva, a estrada existia pelo menos desde os anos 1950. Um mapa de 2006, registrado em cartório e no qual consta uma assinatura em nome do próprio Olizandro e por outros proprietários de terras da região, indica a existência da via. O mapa é da época em que o prefeito comprou a segunda propriedade. Ele era dono de uma fazenda de um dos lados da estrada e comprou a propriedade que ficava na frente. Depois disso, teria fechado a estrada e unificado as duas áreas. O único acesso, agora, é por uma via ao redor das terras de Olizandro, mais longo.

Problemas

O técnico agrônomo Edson Kupka, que mora em uma propriedade ao lado da área de Olizandro, relata que a ausência da estrada causa problemas para ele e para outros vizinhos. Um dos problemas é a falta de água. Para ligar sua propriedade com a rede de abastecimento da Sanepar, seria necessário contornar as propriedades de Olizandro – o que triplica o custo. Ele conta ter tentado furar um poço artesiano para solucionar o problema. Mas a empreitada não deu certo – gerando um prejuízo de mais de R$ 20 mil.

Kupka diz já ter conversado com o prefeito sobre o assunto, mas conta que suas reivindicações nunca foram atendidas. Ele também afirma ter procurado secretários da antiga gestão municipal – igualmente sem sucesso. Na semana passada, o morador entrou com uma representação na Secretaria Municipal de Obras pedindo a reabertura da estrada.

Cláudio Wolski, proprietário de uma plantação de eucaliptos na região, reclama que, sem a estrada, há dificuldades para transportar sua carga. Ele diz já ter procurado a Justiça, mas ainda não houve nenhuma decisão.

O trecho fechado da estrada, segundo os moradores, atualmente não existe mais. Uma parte dela é usada como ligação entre a sede da fazenda de Olizandro e a estrada principal. A outra saída teria sido destruída. Caso ela fosse reaberta como via pública, a estrada teria também de ser reconstruída.

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