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Quadros

Veja o número de servidores nos quadros da União, governo estadual e prefeitura de Curitiba:

Federal - 521.749

Estadual* - 124.461

Municipal** - 34 mil

* Sem levar em conta os 45 mil funcionários vinculados a instituições de ensino superior, estagiários e em regime especial.

** Concursados.

Planalto

Funcionalismo federal ameaça greve

Na esfera federal, o Palácio do Planalto também sofre pressão do funcionalismo. Após um ano sem reajuste, os servidores públicos federais ameaçam uma greve geral. "No ano passado, só se negociou e não se fez nada. Não parece uma qualidade do governo Dilma valorizar o servidor público", afirma o segundo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Sérgio Aurélio Velozo Diniz.

Segundo ele, o último reajuste da categoria se refere a 2008 e já há uma defasagem de 30% nos salários. "É uma tática pensada, porque, quando as categorias querem aumento de 50%, não recebem o apoio da sociedade. Mas esse porcentual alto se refere a vários anos", diz. Além da falta de negociação, Diniz aproveita para criticar o novo modelo de aposentadoria do funcionalismo defendido pelo governo. "De um lado, não há negociação e do outro se tira um direito do trabalhador, que é a aposentadoria integral."

Prefeitura de Curitiba e servidores municipais estão longe de entrar em um acordo sobre a discussão salarial dos cerca de 34 mil servidores municipais. Enquanto o funcionalismo aguardava ganhos significativos – em alguns casos, superior a 100%–, a proposta da administração pública foi de incorporar R$ 100 em todos os cargos no vencimento básico a partir de maio de 2013, abatendo do valor pago como gratificação, que diminuiria de R$ 250 para R$ 150.

Conforme a secretária municipal de Recursos Humanos, Maria do Carmo Oliveira, a mudança é vantajosa por incidir em benefícios, como o adicional por tempo de serviço e a aposentadoria. "É algo que estava sendo discutido desde outubro. É super valioso para o servidor pelas vantagens oferecidas", diz. Porém, os servidores consideraram a proposta abaixo das expectativas. "A prefeitura empurra a categoria para a greve", critica a diretora de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Alessandra Oliveira.

"Qual o impacto da incorporação? Temos estudos do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco­­nômicos] de que o ganho poderia ser de 30%, além da incorporação", diz Alessandra. A prefeitura informou apenas que a mudança de valores está dentro da previsão orçamentária.

Na noite de ontem, os servidores rejeitaram a proposta da prefeitura e aprovaram em assembleia um indicativo de greve para 5 de março. Na terça-feira, o sindicato levará a administração municipal a decisão e pedirá uma contraproposta, a qual será discutiva no dia 29. Caso a nova proposta não seja aceita, os servidores municipais prometem entrar em greve geral.

Eleições

O prazo limite para os reajustes dos servidores vence em 1.º de abril, em razão das eleições municipais. Mas nem o prazo apertado parece favorecer os servidores. "A discussão da data-base acontece em março, com a incidência do reajuste em abril. Tenho absoluta certeza de que as negociações não vão ultrapassar esse período", afirma Maria do Carmo.

Para Alessandra, a falta de negociação pesa contra o prefeito Luciano Ducci (PSB). "Somos formadores de opinião pública, porque nós atendemos os cidadãos na ponta, e o índice de rejeição é muito alto com os servidores", ameaça.

Na avaliação do cientista político Ri­­cardo Costa de Oliveira, professor da Universidade Fe­­deral do Paraná (UFPR), o prefeito já considera o funcionalismo perdido para a campanha política. "A insatisfação do servidor é grande. Haverá pressão, mas Ducci deve priorizar a parte política, como tocar obras de pavimentação, em vez de corrigir distorções salariais", diz. "O reajuste não compensaria o prejuízo causado ao longo dos últimos anos".

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