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A Prefeitura de Diadema, na Grande São Paulo, anunciou nesta terça-feira (5) o afastamento de Dario Morelli Filho, um dos 77 presos na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, que tem como objetivo desmontar quadrilhas especializadas em crimes como contrabando, corrupção e tráfico de drogas, além de envolvimento em jogos de azar.

Dario Morelli Filho era assessor técnico de diretoria da Companhia de Saneamento de Diadema (Saned), autarquia da prefeitura, desde outubro de 2002. A direção da Saned informou que foi "surpreendida" pelas informações e decidiu pelo afastamento até que a situação seja esclarecida.

O funcionário é amigo do irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que mora em São Bernardo do Campo (SP), na Grande São Paulo. Nesta terça, na Índia, onde se encontra em visita oficial, Lula disse que é padrinho de um dos filhos de Morelli.

A casa do irmão do presidente foi alvo de uma ação de busca e apreensão realizada nesta segunda (pelos agentes envolvidos na operação.

O advogado de Vavá, Benedicto de Tolosa Filho, disse que não há nada de concreto contra o seu cliente. O nome do irmão do presidente apareceu na quebra do sigilo telefônico de Dario Morelli Filho, segundo o advogado. Daí, segundo ele, a busca na casa de Genival da Silva.

"A polícia não comprovou nada, porque não há", disse. O presidente disse em Nova Délhi (Índia) que não acredita que seu irmão mais velho esteja envolvido em nenhuma atividade criminosa.

Xeque-Mate

A operação deflagrada nesta segunda-feira prendeu 77 pessoas, segundo a Polícia Federal. Cerca de 600 agentes cumprem 87 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão em seis estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais.

Em Mato Grosso do Sul, pelo menos 24 pessoas foram detidas. Entre elas estão nove policiais civis e três oficiais da Polícia Militar. Eles são suspeitos de receber propina para não coibir as atividades dos criminosos.

Um ex-deputado também está na lista dos agentes. Ele é apontado com um dos chefes do esquema de exploração ilegal de caça-níqueis no estado. De acordo com os policiais, o suspeito movimentava aproximadamente R$ 45 mil por dia.

As investigações começaram há cerca de seis meses. Os policiais usaram informações de dois inquéritos para chegar aos nomes dos suspeitos. O primeiro era para apurar o contrabando de componentes eletrônicos para uso em máquinas caça-níqueis.

A quadrilha era suspeita de importação ilegal de peças, exploração de jogos de azar e de corrupção de agentes públicos - principalmente policiais. O outro inquérito era sobre o possível envolvimento de policiais em tráfico de drogas.

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