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Maringá – Após 50 minutos de reunião, o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) e a prefeitura não conseguiram chegar nem perto de um acordo que colocaria fim à greve, que chega hoje ao décimo primeiro dia. O encontro no Ministério Público do Trabalho (MPT) foi a primeira tentativa de negociação desde o início da paralisação, no último dia 5.

Não houve acordo porque os representantes do poder público – o advogado Ulisses Maia, o procurador jurídico Laércio Fondazzi e o secretário de Controle Interno, Luiz Bovo – pediram que o encontro fosse gravado. O que foi negado pelo procurador do MPT, Fábio Alcure. "O ato já teria publicidade pelo termo da audiência e pelos observadores da reunião", justifica o procurador.

O sindicato questiona a ausência do prefeito na reunião e a iniciativa do poder público em filmar assembléias e manifestos do sindicato. "Quem não aparece é porque já não quer negociar", critica o advogado do Sismmar, Avanílson Araújo. "O pedido de filmagem só confirma a nossa denúncia de perseguição adotada pela prefeitura". A presidente do sindicato, Ana Pagamunici, considera que a falta de negociação é um "desrespeito à população".

Participaram da reunião, como observadores, o vereador Humberto Henrique (PT) e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Maringá, Airton Kenji Ueda. Ambos saíram frustrados da sala de audiência, pois acreditavam que pudesse haver um acordo. A imprensa e os vereadores Dorival Dias (PSDB) e Aparecido "Zebrão" (PP), ambos do grupo do prefeito no Legislativo, não puderam acompanhar a reunião.

Maia justificou que o pedido de gravação foi feito para evitar que boatos se espalhassem com as informações sobre o encontro e disse que a prefeitura está agindo com cautela. A gravação seria feita por uma produtora de vídeo contratada pela prefeitura, que está filmando as mobilizações grevistas.

Manifestação

A guerra de informações continua. A assessoria de comunicação da prefeitura divulgou um texto, no fim da tarde de ontem, com o título "Sindicato impede apresentação de nova proposta da prefeitura". O texto diz que foi uma manobra articulada pelo sindicato e que a prefeitura apresentaria uma proposta para acabar com a greve. O texto foi publicado no site da prefeitura e enviado por e-mail para jornalistas.

A coleta de lixo continua sendo o setor mais afetado pela greve. As ruas maringaenses acumulam aproximadamente 3 mil toneladas de lixo. Cerca de 130 funcionários da Ponta Grossa Ambiental foram contratados para substituir os grevistas, mas ainda não puderam intensificar a coleta. A direção da empresa informou que iria trabalhar ontem à noite e na madrugada de hoje. A Secretaria de Saúde afirma que o atendimento está normal nas 27 unidades básicas de saúde. O atendimento, porém, está lento no Hospital Municipal, onde os grevistas montaram acampamento 24 horas.

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