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Funcionários dizem que vão usar dinheiro para boca-de-urna e pichações contra outros candidatos

Veja o vídeo dos ex-candidatos recebendo dinheiro das mãos de Alexandre Gardolinski, coordenador do comitê pró-Beto

MPF ouve ex-servidor apontado como responsável pelo vídeo

O ex-servidor municipal Rodrigo Oriente, que é apontado como o autor do vídeo que mostra 23 ex-candidatos do PRTB recebendo dinheiro, prestou depoimento na noite de terça-feira (23) à Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba. O órgão investiga, desde a semana passada, se os pagamentos configuram emprego de recursos não contabilizados na campanha de Richa. Na noite de terça, além de prestar depoimento, ele entregou documentos ao procurador federal Néviton Guedes. A assessoria de imprensa do MPF informou nesta quarta-feira (24) que o procurador não se pronunciaria sobre o caso. Até esta manhã não havia sido feita nenhuma outra convocação de envolvidos para dar esclarecimentos ao órgão, segundo a assessoria.

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Fabio Camargo: tudo leva a crer que Beto sabia

O deputado estadual Fabio Camargo (PTB) afirmou na terça-feira que prefere não acreditar na possibilidade de envolvimento do prefeito Beto Richa (PSDB) no desmonte de sua candidatura a prefeito, na coligação com o PRTB, na última eleição municipal. Mas ele deu a entender que as evidências sinalizam o contrário. Camargo foi candidato a prefeito no ano passado em coligação com o PRTB e acabou sendo um dos maiores prejudicados pela dissidência do PRTB que apoiou a campanha tucana. "Se ele (Beto) já sabia, ajudou a orquestrar ou fingiu que não viu, a decepção vai ser enorme. E, infelizmente, tudo está levando a isso", declarou Camargo.

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O prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) exonerou na manhã desta quarta-feira (24) três funcionários de cargo comissionado e determinou a perda de função gratificada de outros dois servidores de carreira da administração municipal, todos ex-candidatos a vereador pelo PRTB e que aparecem em um vídeo recebendo dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral, em um comitê que apoiava a campanha de reeleição de Richa.

Foram exonerados Luiz Carlos Déa, que era assessor técnico da secretaria municipal do esporte e lazer; Luiz Carlos Pinto, ex-gestor público da secretaria do governo municipal; e Gilmar Luiz Fernandes, que era chefe de equipe de apoio técnico do gabinete do prefeito. Já os concursados que perderam função gratificada foram Cristiane Fonseca Ribeiro e Nelson Bientinez Filho.

Na última quinta-feira (18), Manassés de Oliveira, Raul D'Araújo Santos e Alexandre Gardolinskihaviam sido demitidos pelo prefeito Beto Richa. As demissões ocorreram no mesmo dia em que a reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a prefeitura para comentar o vídeo em que 23 ex-candidatos do PRTB recebiam pagamentos no Comitê Lealdade. Em uma entrevista coletiva concedida na segunda-feira (22), Fernando Ghignone, diretor de transportes da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), e Ivan Bonilha, procurador-geral do município, disseram que após as primeiras exonerações, não haveria mais demissões na prefeitura. A assessoria de imprensa da administração municipal informou nesta quarta-feira que a informação não era oficial, uma vez que, embora concedida por funcionários da prefeitura, a coletiva foi organizada pela coordenação de campanha da candidatura de Beto Richa, da qual Ghignone e Bonilha faziam parte.

Escândalo

Na eleição de 2008, o PRTB estava coligado com o PTB do então candidato Fábio Camargo – o que impediria o apoio da legenda ao tucano. Dissidentes do partido, porém, desistiram de continuar na disputa para trabalhar pela reeleição do prefeito, enquanto outros continuaram na disputa e fizeram campanha para Fábio Camargo. Como revelou reportagem da Gazeta do Povo, pelo menos 23 dos candidatos desistentes aparecem em um vídeo recebendo dinheiro das mãos de Alexandre Gardolinski, coordenador do comitê pró-Beto, formado por dissidentes do PRTB. Cada um recebeu R$ 1.600, pagos em duas parcelas de R$ 800.

Dissidentes ouvidos pela Gazeta do Povo negaram que o dinheiro pagaria a desistência da candidatura. Afirmaram que os recursos serviriam apenas para pagar despesas de campanha, pois eles trabalhariam pela reeleição de Richa. O pagamento, segundo o próprio Gardolinski, não foi declarado à Justiça Eleitoral, o que pode caracterizar caixa 2. Outros ex-candidatos a vereador pelo PRTB, que não desistiram da disputa, dizem que houve oferta de cargos na administração pública como pagamento por uma possível desistência da candidatura.

Assessores negam caixa 2

Fernando Ghignone, que foi o coordenador do comitê financeiro da campanha de 2008, e Ivan Bonilha, que foi o coordenador jurídico, deram uma entrevista coletiva, na tarde de segunda-feira (22), para explicar as imagens. A explicação dada aos jornalistas foi a de que não houve irregularidades na campanha e que o vídeo se tratou de uma armação política.

Ghignone confirmou que repassou algum dinheiro para o Comitê Lealdade, como forma de reembolso de combustível e outros gastos. Ghignone, no entanto, não soube dizer quanto dinheiro foi repassado nem como isso foi feito. Frisou, no entanto que o comitê era independente. "Nós tivemos dezenas de comitês de apoios, que foram estimulados sim pela coordenação central da campanha, especialmente reembolso de gasolina e pequenas despesas", afirmou Ghignone.

Embora independente, a casa ocupada pelo grupo durante o período eleitoral do ano passado estava alugada em nome do PSDB. No recibo eleitoral referente ao contrato de aluguel, ao qual a Gazeta do Povo teve acesso, Richa aparece como o responsável pela locação do imóvel. Na prestação de contas do prefeito, consta que o aluguel do imóvel custou R$ 1,5 mil.

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