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O esquema de desvio de dinheiro da Petrobras e pagamento de propina investigado pela Operação Lava Jato é ainda maior do que o que vinha sendo estimado. De acodo com o delegado da Polícia Federal (PF) Igor Romário de Paula, um dos responsáveis pela investigação, o prejuízo com a corrupção na estatal pode chegar a R$ 19 bilhões – um laudo será divulgado na próxima semana para ratificar o valor. Em abril deste ano, a Petrobras admitiu ter tido um prejuízo de R$ 6,2 bilhões com a corrupção investigada na Lava Jato.

Segundo o delegado, os laudos estão sendo elaborados com base em lotes específicos de contratos. “Não é uma perícia em toda a movimentação da Petrobras ou de uma diretoria, são de alguns contratos investigados”, disse. O dinheiro desviado da estatal não era apenas os 3% de cada contrato, conforme foi revelado pelos delatores do esquema. O valor do prejuízo para a estatal girava em torno de 15% a 20% dos contratos.

“Eles [laudos] derrubam a tese de que a corrupção nesses contratos era em torno de 2%, 3%. Provavelmente nós vamos chegar em patamares de 15% a 20% do valor dos contratos sendo destinados a corrupção”, disse Igor Romário de Paula. “Esses laudos que estão sendo feitos agora estão considerando não só a corrupção destinada aos agentes públicos. Estão embutidos aí superfaturamento, jogo de planilhas e montagem de projetos destinados a também haver uma grande parcela de destinação de recursos para favorecer as empresas”, disse o delegado.

De acordo com ele, o laudo está sendo feito por peritos contábeis e por peritos de engenharia. “Temos a impressão que nunca chegaremos a um número fechado [de desvios]. E, infelizmente, nunca vamos recuperar um número próximo a esse valor”, afirmou Igor Romário.

Valor recuperado

De acordo com o procurador do Ministério Público Federal Carlos Fernando Lima, a força-tarefa espera recuperar espontaneamente R$ 1 bilhão até o fim deste ano. Até o momento, já voltaram ao cofres públicos cerca de R$ 700 milhões. Os valores se refere ao dinheiro devolvido pelos acordos de delação premiada. A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contrato com a Petrobras, mas a assessoria de imprensa informou que a estatal não vai comentar o assunto. (KK)

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