Prejuízos com a cheia em Rio Branco passam dos R$ 32 milhões

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O município de Rio Branco avalia que a enchente que atingiu a cidade há 13 dias já causou um prejuízo de R$ 32 milhões. A estimativa foi feita de acordo com o relatório de avaliação de danos produzido quando o Rio Acre atingiu 16,64 metros. O governador do Acre, Jorge Viana, que está em Brasília, já encaminhou o relatório à Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Três técnicos da Defesa Civil Nacional chegaram nesta quinta-feira a Rio Branco para ver a situação dos bairros atingidos pela enchente do Rio Acre. Mesmo antes desta avaliação, o governo federal já envia uma tonelada de medicamentos que chegam nesta sexta-feira no município. As informações são do site da prefeitura de Rio Branco.

Entre as medidas tomadas pelo governo federal estão o envio de 44 mil cestas básicas, ainda nesta sexta-feira, para ser entregues à população atingida. Uma comissão, com representantes de 14 entidades e nomeada pelo prefeito do município, Raimundo Angelim, para garantir total transparência, organizarão a distribuição desses remédios.

As cheias do rio Acre também causaram um duro golpe na produção ribeirinha de Rio Branco, com perdas que poderão atingir R$ 3 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura e de Florestas (Safra). O último levantamento, realizado nesta segunda-feira, já acusava um prejuízo de R$ 1,5 milhão, sobretudo nos grandes plantios de mandioca e de banana.

Os produtos são de difíceis substituições, porque não possuem equivalentes nos mercados regionais e por isso, tenderão a ser repassados ao consumidor final a preços muito elevados aos praticados em tempo de estiagem.

A especulação sobre a mandioca e a banana e também sobre o milho e o arroz, operará tanto em razão da escassez quanto também dos atravessadores, contra os quais, a Safra já prepara um antídoto que poderá ser muito eficaz, o de ampliar as feiras livres, oferecendo acesso direto ao produtor.

- A prefeitura está oferecendo mais vagas dentro dos mercados municipais para o produtor e reformando ou adquirindo barcos para o escoamento, de modo a alijar os atravessadores - assinala o secretário Municipal de Agricultura, Mário Jorge Fadell.

Esse é um dos objetivos previstos no Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável, que vai proporcionar agora 80 novas bancas dentro do Mercado Elias Mansour (na Cadeia Velha), aumentando para 200 o número de vagas destinadas aos ribeirinhos, que poderão negociar direto com o consumidor.

A Secretaria Municipal de Agricultura, com base nas informações do relatório de avaliação de danos, pretende ainda abrir linhas bancárias de crédito para cobrir um percentual considerável dos prejuízos.

A intensidade dos danos da enchente do rio Acre é visível em toda a sua extensão. Locais como a Associação de Produtores Liberdade, a duas horas descendo o rio Acre de batelão - pequenas embarcações de ribeirinhos movidos a motores a diesel. Ali, a maioria das cerca de 400 famílias que vivem no local, perdeu ate 80% da colheita.