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Lula fala e os fiéis escutam? Não, Israel não é Garanhuns. | Ricardo Stuckert/Presidência
Lula fala e os fiéis escutam? Não, Israel não é Garanhuns.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Cubatão (SP) - Um dia depois do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defender um resgate do conceito original de liberalismo durante uma palestra no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas as privatizações feitas durante o governo do seu antecessor.

Em seu discurso ontem durante cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica Eu­­­zébio Rocha, na Baixada Santista (SP), o presidente disse que o Brasil passou por uma crise "sem precedentes" entre 1980 e 2003. E que o país esteve por mais de 20 anos subordinado à tutela do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a uma política de ajuste fiscal muito forte.

"As empresas brasileiras, como própria Petrobras, pararam de fazer investimentos. Entramos em uma era em que os governantes negavam o Estado e diziam que a única solução era privatizar todas as empresas brasileiras porque assim o Brasil teria mais competência", disse o presidente a uma plateia formada fundamentalmente por funcionários da Petrobras, citando como exemplo de privatizações os setores de telecomunicação, energia elétrica e siderurgia.

Num dos momentos mais aplaudidos de seu discurso, o presidente afirmou que "a lógica perversa era levar a Petrobras à falência para poder justificar a venda da empresa, alegando que o Brasil não era autossuficiente em petróleo". De acordo com Lula, os ministros da área econômica, na época, "baixaram a cabeça" para o FMI. "Nossa querida Petrobras não tinha nem sequer capacidade de investimento", reclamou.

Lula continuou com as críticas: "Tentaram privatizar o Banco do Brasil. Tentaram até mudar o nome da Petrobras e quebraram o seu monopólio. Ferrovias não foram nem privatizadas, foram dadas a determinados grupos empresariais que fizeram os investimentos necessários", declarou, em referência a ações do governo de FHC.

Essa não é a primeira vez que o presidente Lula tenta associar ao PSDB, às vésperas de uma eleição presidencial, a pecha de privatista. Em 2006, quando Lula disputou a reeleição à Presidên­­­cia da República, a equipe de campanha do petista insinuou que o então candidato Geraldo Alckmin (PSDB-SP), se eleito, iria privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Pré-sal

O presidente declarou ainda que as recentes descobertas de reservas de petróleo na camada do pré-sal vão possibilitar que o Brasil se torne um dos principais produtores do mundo, mas frisou que o objetivo será comercializar produtos com valor agregado, e não apenas óleo cru. O presidente destacou que, pelo novo marco regulatório na área de petróleo, o Brasil terá participação nas descobertas das empresas que explorarem e descobrirem petróleo. "

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