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Em tom de desabafo, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, defendeu-se das críticas e ironizou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A expectativa é de que ele finalmente anuncie sua saída da agência. Zuanazzi convidou os funcionários da Anac para acompanhar a coletiva, na qual tenta mostrar que a a agência fez muito mais do que o antigo Departamento de Aviação Civil (DAC) na gestão do espaço aéreo. Em mais de uma hora de entrevista, Zuanazzi ainda não falou de renúncia.

O presidente da Anac afirmou, em entrevista coletiva nesta manhã, que muitas acusações à sua gestão eram injustas e que houve muita confusão em torno das competências dos órgãos do setor aéreo, sobretudo da Anac. Segundo ele, a greve dos controladores, por exemplo, foi atribuída à agência, quando na verdade eles respondem à Aeronáutica. Zuanazzi repetiu que o apagão aéreo começou em 29 de setembro de 2006, depois do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, e terminou em 22 de junho de 2007. Zuanazzi disse que os atrasos que persistem no setor sempre existiram e estão dentro da média. Ao ser lembrado que o ministro da Defesa anunciou o fim da crise do setor aéreo para março do ano que vem, ele respondeu que os atrasos vão continuar existindo devido aos equipamentos nos aeroportos que ainda não permitem que as aeronaves pousem com menos visibilidade, por problemas meteorológicos.

Zuanazzi foi irônico sobre a proposta de Jobim de aumentar o espaço entre as poltronas das aeronaves, o que pode provocar aumento dos preços das passagens.

- Muita gente não quer que o povo viaje de avião - disse Zuanazzi.

Zuanazzi reagiu também às críticas de que a agência não multa as empresas do setor, apresentando números dos últimos anos. Segundo ele, somente este ano foram aplicadas 167 multas. Ele se queixou ainda das restrições do orçamento para a Anac. Segundo o executivo, a agência "não pode ficar de chapéu na mão" na porta dos ministérios da área econômica.

Planalto interfere para negociar demissão

Zuanazzi vem resistindo a deixar o cargo e foi preciso uma operação do Planalto para solucionar a crise política. O acordo foi costurado pelo Palácio do Planalto e teve à frente da negociação o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.

Jobim vem tentando tirar Milton Zuanazzi do cargo sem sucesso desde julho, quando assumiu o ministério. Indicação da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e de Walfrido, Zuanazzi resiste o quando pode. Ele tem mandato e só pode sair se pedir demissão. Jobim quer ver na presidência da Anac a economista Solange Vieira, já indicada para uma diretoria.

Valor: Zuanazzi teria agido para evitar paralisação da BRA

Segundo resportagem do jornal "Valor Econômico" publicada nesta quarta-feira, Zuanazzi agiu nos bastidores, como uma de suas últimas medidas, para evitar a paralisação das operações da BRA. Zuanazzi contrariou recomendação da equipe técnica da agência, em dois pareceres, de suspensão total dos vôos e vendas de passagens da companhia aérea, por supostos descuidos na manutenção de aeronaves e mau atendimento aos passageiros, entre outros problemas.

A BRA enfrenta a pior crise desde sua fundação, em 1999. Técnicos da Anac constataram descumprimento de várias normas pela empresa e encaminharam ao presidente do órgão regulador, há cerca de dez dias, relatórios em que sugeriam a suspensão das operações, por tempo indeterminado, até que os problemas fossem corrigidos. Zuanazzi, então integrante único da diretoria, vetou a recomendação sem dar explicações.

O presidente demissionário da Anac é do ramo de turismo e uma das possibilidades cogitadas pelo governo é remanejá-lo para um cargo na Embratur. A família Folegatti, principal acionista da BRA, é oriunda do mesmo setor e dona também de uma das maiores operadoras de turismo do país, a PNX Travel.

Assembléia por salários provoca fila em Cumbica

Uma assembléia de aeroportuários causou muitas filas no embarque do Terminal 1 do Aeroporto de Cumbica entre 8h40m e 9h20m desta quarta-feira. Tudo porque a maior parte dos funcionários da Infraero que trabalhava nas máquinas de raio-x deixou o local para participar da reunião, que discute as reivindicações da categoria, como aumento salarial e promoções.

Das 6 máquinas de raio-x, apenas duas funcionaram normalmente durante esses 40 minutos tanto no Terminal 1, que teve 21 embarques no período, quanto no Terminal 2, onde os impactos foram menores, pois saíram apenas oito vôos. No momento, segundo a Infraero, a situação está normalizada. A assembléia continua.Pilotos têm omitido panes para preservar empresas, diz Cenipa

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) emitiu comunicado nesta terça-feira, afirmando que comandantes de vôos têm omitido panes nas aeronaves para não expor as companhias aéreas para as quais trabalham. Um dos documentod diz que o problema tem ocorrido "constantemente" e relata pelo menos dois casos no Aeroporto de Congonhas. Em ambos, os comandantes não acionaram a chamada situação de emergência através de comunicação à torre de controle, e apenas solicitaram "QAP" (comando para permanecer na freqüência) aos serviços contra incêndio. O procedimento evitou a entrada na pista dos carros de bombeiros, o que daria divulgação aos episódios. No primeiro caso, um avião ATR-42, com 29 pessoas a bordo, havia sofrido uma pane no motor direito, com o aquecimento da turbina e o conseqüente risco de incêndio.

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