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Ao transmitir, nesta quinta-feira, a sua mensagem de Natal e Ano Novo aos fiéis católicos de todo o Brasil, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), arcebispo primaz do Brasil e de Salvador, cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, disse esperar que 2006 seja o ano da redenção do social no Brasil. Para o cardeal, já existe um acúmulo de dois anos de privilégios do setor econômico em detrimento do social desde 2004, que ele considerou um ano tão perdido quanto este. Dom Geraldo disse esperar também que os candidatos à Presidência da República prometam menos e cumpram mais.

- Espero que a campanha eleitoral não consista em simples promessas, e que não prometam nada que não possa ser realizado. Precisamos acabar com isso, prometer tanto e depois não realizar. Então eu gostaria que essa campanha fosse muito mais objetiva e realista diante da situação do nosso povo, do que ele precisa mais, em lugar de construções faraônicas. Precisamos de mais educação, saúde, trabalho - assinalou.

Indagado sobre as promessas e realizações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cardeal foi duro:

- O presidente prometeu que viria ao encontro do povo, embora precisasse arrumar a casa. Isso é o que todos dizem. Acho que a sua atenção tem sido demasiadamente grande para com o econômico. Sem dúvida há sucesso na economia, que vai bem, quanto ao povo...

Dom Geraldo ressalta que não é um especialista em economia e se sente até feliz com o fato de o Brasil ter honrado os seus compromissos frente ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Mas questiona se essa opção do governo foi a mais justa para o povo, notadamente aquela parcela que está abaixo da linha da pobreza.

Sobre a crise política que abalou o país este ano, o cardeal observou que a corrupção é um mal que vem se alastrando de forma generalizada, afetando todos os partidos políticos. Ele cobra mais que a simples punição dos culpados, quer ver a devolução dos recursos desviados. O cardeal acrescentou que a corrupção pode provocar a perda do sentido da democracia.

- Pode nos levar a sepultar a democracia - alertou.

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